A investigação leva a crer que o corpo de Francisco foi abusado depois de morto. Uma perícia detalhada está sendo feita pelo Instituto de Medicina Legal.
Com o mandado de prisão, Hercules da Rocha Ferreira, 20 anos, foi preso em casa, onde foi encontrada a chave da casa de Francisco. Segundo a polícia, os dois se conheceram por meio de um aplicativo de relacionamentos e namoravam há seis meses. Hercules mora em Vicente Pires e cursa o terceiro semestre de Engenharia – estudo que era pago pela vítima.
De acordo com o delegado Fernando Fernandes, no dia do crime, eles chegaram em casa por volta das 20h e tiveram uma discussão por conta de algumas mensagens, seguidas de uma ameaça feita por Francisco, que queria romper o relacionamento.
“Não sabemos se eram mensagens do celular de Francisco ou do autor do homicídio”, conta. “Mas Hercules alega que os dois tinham ciúme um do outro: o rapaz porque Francisco tinha dinheiro, e Francisco por ele ser jovem e bonito”, comenta.
Após a briga, Hercules teria colocado veneno de rato em um prato que preparava para a vítima comer. Depois de envenená-lo, teria enrolado o pescoço do advogado com lençol e colocado um pano na boca dele, para evitar que gritasse por socorro.
Transferência
No dia após o homicídio, Hercules teria retornado à casa da vítima, com o corpo ainda ali. Na ocasião, utilizando um computador, o suspeito teria feito uma transferência de R$ 30 mil da conta bancária de Francisco para a dele. “Ele usava o cartão da vítima para ir a lojas e comprava tudo à vista”, destaca o delegado.
O rapaz foi encontrado a partir do rastreamento desses cartões. Comprou roupas, calçados, celulares, um sofá, dois televisores e outros produtos. Foram R$ 18 mil gastos, e a polícia já pediu à Justiça o bloqueio de R$ 12 mil que estão na conta de Hercules.
Devido à posse dos objetos adquiridos, o caso pode passar de homicídio para latrocínio (roubo seguido de morte), com pena de reclusão de 20 a 30 anos em regime fechado.