Durante a festa de comemoração de quatro anos do JK Shopping, o governador Rodrigo Rollemberg foi vaiado enquanto discursava na tarde desta quarta-feira (15). Nem mesmo o uso de microfone conseguiu abafar os gritos. Centenas de pessoas acompanhavam o evento. O evento contou ainda com a presença do empresário Paulo Octávio, dono do shopping, da deputada distrital Luzia de Paula (PSB) e do deputado Chico Vigilante (PT).
Em seu discurso, Rollemberg afirmava que os moradores de Ceilândia e de Taguatinga eram os principais beneficiados da construção, considerando o número de empregos que foram gerados. Segundo o GDF, ao todo, já foram criados cerca de 2,5 mil empregos diretos. De acordo com o administrador de Taguatinga, Marlon Costa, a maioria dos servidores que trabalham no shopping mora nas duas regiões administrativas.
Sem alvará
Em 2015, o Ministério Público encaminhou um Termo de Recomendação à Administração de Taguatinga, em que solicitou a anulação do ato administrativo que implicou aprovação do projeto arquitetônico do JK Shopping. Sem alvará e sem Habite-se, a Justiça acatou entendimento do Ministério Público e chegou a suspender a comercialização de salas comerciais e lojas.
Mesmo inaugurado em 2013, foi somente em agosto deste ano que foi homologado acordo judicial entre o Ministério Público do DF e a empresa Paulo Octávio Investimentos Imobiliários. O ajuste colocou fim às ações que questionavam irregularidades ambientais e urbanísticas na obra do empreendimento.
As partes chegaram a uma solução negociada que obriga a empresa a corrigir as irregularidades sanáveis e a oferecer contrapartidas por aquelas que não puderem ser reparadas. A primeira compensação acordada é a construção de uma escola classe de 3 mil m² no setor Sol Nascente, em Ceilândia. A unidade de ensino terá quadra de esportes coberta e um teatro de arena.
Além disso, também ficou acertado a realização de benfeitorias no Parque do Cortado, em Taguatinga, e a apresentação de projeto executivo completo para a construção de escola de Educação Infantil ou Ensino Fundamental de até 3 mil m², para Ceilândia ou Taguatinga.