BRASÍLIA - O ex-procurador-geral Rodrigo Janot reagiu na noite desta segunda-feira às críticas do novo diretor-geral da PF, Fernando Segovia, em relação às delações dos dirigentes da JBS, que resultaram em duas denúncias contra o presidente Michel Temer. Nesta segunda-feira, Segovia disse que a investigação foi encerrada antes do tempo e que mala apreendida com o ex-assessor do presidente Rodrigo Rocha Loures não serviria como prova. Segundo Janot, Segovia desconhece as leis e menospreza o trabalho da própria Polícia Federal.
- Ele é mesmo um pau mandado - disse Janot.
Janot argumenta que, como Rocha Loures estava preso, as investigações tiveram que seguir os prazos estabelecidos em lei. Ele lembrou ainda que a PF teve atuação destaca no caso desde o início das investigações.
Durante entrevista após a sua posse, Segóvia levantou suspeitas sobre a conclusão das investigações da JBS por parte da Procuradoria Geral da República (PGR), que resultou nas duas denúncias contra Temer. Segóvia disse que, se dependesse da PF, a apuração não teria terminado em prazo tão curto.
— Talvez uma única mala não desse toda a materialidade para apontar se houve ou não crime, e quais são os partícipes. Isso poderia ter sido respondido se a investigação tivesse mais tempo. E quem colocou esse deadline foi o Ministério Público Federal. E também seria esclarecido por que Joesley (Batista, dono da JBS) sabia quando iria acontecer (a divulgação da delação) para ganhar milhões no mercado de capitais — disse Segóvia.