O Brasil conseguiu bloquear cerca de R$ 825 milhões (US$ 250 milhões) no exterior, em 2017, desviados do País em casos de corrupção e lavagem de dinheiro. O montante é 85% maior do que a média de US$ 135 milhões registrada entre 2012 e 2016. As informações são da Secretaria Nacional da Justiça (SNJ).
Durante 2017, o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) recebeu e tramitou mais de 5,7 mil pedidos de cooperação jurídica internacional em matérias penal e civil que incluem extradições, transferências de pessoas condenadas, repatriações e bloqueios de valores remetidos ao exterior ilicitamente.
Segundo a secretaria, foram tramitados 160 pedidos de extradição, sendo 111 processos ativos – quando o governo brasileiro solicita a entrega de um foragido da Justiça a outro país, e 49 passivos – quando um país solicita a extradição de um indivíduo que se encontra em território brasileiro.
Lava Jato
Também em 2017, foram repatriados mais de R$ 125 milhões (36 milhões de dólares) por meio de cooperação jurídica internacional. Entre os casos de repatriação, destacaram-se os pedidos relacionados à operação Lava Jato e ao Banco Santos.
Em dezembro, as autoridades suíças autorizaram a transferência para o Brasil de mais de R$ 71,3 milhões (21 milhões de dólares) A repatriação é referente ao pedido de cooperação enviado à Suíça no âmbito da Operação Lava Jato de Curitiba, que contou com a delação do marqueteiro João Santana.
2018. Em novembro foram anunciadas 11 novas ações de combate à corrupção e à lavagem de dinheiro para 2018 durante a 15ª Reunião Plenária da Enccla, em Campina Grande (PB). Instituída pelo Ministério da Justiça em 2003, sob a coordenação do DRCI, a Enccla é formada atualmente por 79 órgãos dos três poderes da República, Ministérios Públicos e da sociedade civil, que atuam, direta ou indiretamente, na prevenção e combate à corrupção e à lavagem de dinheiro.