A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) prendeu, na tarde desta quarta-feira (7/2), um homem suspeito de ser o assassino do ciclista Arlon Fernando da Silva. O doutorando da Universidade de Brasília (UnB) foi morto em 7 de dezembro do passado, a facadas, na ciclovia da S1 (Eixo Monumental), em frente à Câmara Legislativa. Segundo a corporação, o autor do crime é Daniel Sousa de Andrade, de 21 anos, conhecido como "Scooby", que estava na lista de suspeitos dos investigadores.
De acordo com o delegado-chefe da 5ª Delegacia de Polícia (Asa Norte), Rogério Henrique de Oliveira, o acusado estava escondido dentro de uma geladeira, na casa do pai, no Itapoã. "Ele percebeu a chegada dos policiais na região e se escondeu. Os agentes iniciaram a busca na residência e localizaram ele no interior da geladeira, que estava ligada e sem as prateleiras", disse Rogério
A polícia afirmou que o laudo pericial não definiu a quantidade exata de facadas desferidas por Daniel. Arlon morreu em decorrência de uma hemorragia aguda maciça. Um dos ferimentos, de aproximadamente 6cm de comprimento, foi desferido contra o braço e atingiu o tórax do estudante. Segundo o delegado cartorário Henrique Pantuzo, da 5ª Delegacia de Polícia (Área Central), não havia chance de sobrevivência mesmo que Arlon fosse socorrido de imediato. "Os cortes foram muito fortes e profundos. Esse modo de execução era típico do Daniel. Anteriormente, ele havia atacado outras três pessoas na mesma região, em horários aproximados e de forma semelhante. Em dois desses casos ele também levou a bicicleta das vítimas", disse Pantuzo.
Um dos policiais que chegou ao local onde Arlon foi atacado informou que avistou o doutorando com os braços levantados, "como que se pedisse socorro". Inicialmente, os militares acreditaram se tratar de uma vítima de atropelamento.
A morte de Arlon chocou a cidade. O homicídio aconteceu no momento em que o doutorando voltava da UnB para casa, no Sudoeste. O ataque aconteceu no coração da capital federal, entre a sede dos três poderes locais, às 20h30 do dia 7 de dezembro. Em menos de dois minutos, o assassino surpreendeu a vítima, a esfaqueou e fugiu rumo ao Paranoá, pedalando a bicicleta roubada.
Arlon correu em direção à pista, na S1, acenando e pedindo por socorro, como mostram as imagens de segurança da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).
Viaturas da Polícia Militar, que seguiam para uma ocorrência no Ginásio Nilson Nelson, pararam para socorrer o jovem. Dez minutos depois, Arlon foi levado pelo Serviço de Atendimento Móvel (Samu) até o Instituto Hospital de Base do Distrito Federal (IHBDF). Ele chegou a ser encaminhado para o centro cirúrgico, mas faleceu momentos depois.
Os laudos periciais, divulgados em 18 de dezembro de 2017, apontam que a vítima tentou se proteger. Foram quatro golpes de faca: dois perfuraram o braço e outra facada feriu a mão do jovem, mas foi a que atingiu a principal artéria do braço, a braquial, que causou uma hemorragia aguda e matou o pesquisador.
Arlon foi velado dois dias após o crime, no Campo da Esperança. Depois, o corpo seguiu para Rio Branco do Sul, cidade paranaense de origem do pesquisador e onde ele foi enterrado na presença dos familiares.