Em um caso de reviravolta, uma mulher que tinha conseguido uma medida protetiva contra o ex-marido – um tenente-coronel do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal – passou a ser considerada a agressora dele pela Justiça.
Em janeiro, ela conseguiu uma determinação para que ele não se aproximasse dela. Dizia que ele era agressivo e que, depois que terminou o prazo dado pela Justiça, bateu nela dentro da loja veterinária da qual o casal é sócio.
Na nova decisão, o Juizado de Violência Doméstica entendeu que foi ela quem o agrediu. Segundo o juiz responsável pelo caso, ele flagrou a ex-esposa retirando objetos de dentro da loja: como notebook, monitor cardíaco, decoração, cadeiras dobráveis, aparelhos de ar condicionado, microscópio, cateteres e ampola de medicamento.
Como eles estão desfazendo a sociedade, gravou a atitude dela por entender ser ilegal. No entanto, ela não gostou da atitude. Derrubou o celular da mão dele e pisoteou o aparelho. O bombeiro, então, puxou a mulher para ela parar e ela caiu no chão.
"Da filmagem se verifica que a vítima, desagradada com a filmagem de sua conduta, agrediu o autor do fato batendo em sua mão, vindo a derrubar o celular que o mesmo utilizava na tentativa de gravar seu comportamento."
Por isso, o juiz entendeu que não é um caso de violência doméstica e revogou as medidas protetivas.
A defesa dela disse que vai recorrer. Já o advogado do bombeiro disse que a ex-mulher usou a lei para atingir a honra pessoal, familiar e patrimonial dele.
O Comando-Geral do Corpo de Bombeiros afastou o tenente-coronel em 23 de janeiro. Desde 2016, ele era chefe de gabinete do comandante-geral da corporação. Ele e a ex foram casados por 18 anos e têm três filhos. O G1 aguarda retorno dos bombeiros para saber se ele vai retornar às funções.