A importância do ex-presidente João Goulart, o Jango, para o crescimento e desenvolvimento do Brasil foi destacado pela deputada Celina Leão, nesta quarta-feira (14), durante sessão solene que outorgou o título de Cidadão Honorário de Brasília, post mortem, ao ex-presidente. O filho de Jango, João Vicente Goulart, recebeu o título pelo pai, representando a família.
O ex-presidente João Goulart é homenageado no ano em que completa 40 anos de sua morte no exílio. "Esta cerimônia pode ser considerada um momento histórico para nós brasileiros, uma vez que é o momento que reconhecemos a importância do ex-presidente João Goulart, o Jango, para o Brasil e para Brasília", sublinhou a parlamentar. Celina Leão foi autora do pedido ao lado de Wasny.
Wasny ressaltou a importância da biografia desse grande homem. "Sem dúvida Jango é um dos pilares da nossa história. Uma das vozes mais fortes em defesa dos trabalhadores", disse o parlamentar.
A deputada Celina Leão destacou sua trajetória política e enfatizou sua eleição em 1955, feita com a aliança do PSD-PTB que se deu estabilidade institucional à política brasileira e que permitiu ao Governo Juscelino Kubitscheck-João Goulart a construção de Brasília. "Foi João Goulart, como presidente do PTB e vice na chapa JK-João Goulart, que segurou durante os cinco anos de mandato desenvolvimentista as reivindicações da classe trabalhadora nacional durante a construção da nova Capital: Brasília", enfatizou Celina.
Entre tantos feitos por Jango, Celina lembrou que quando presidente da República, ele criou a Universidade de Brasília (UnB), primeira universidade brasileira com autonomia e poderes para elaborar uma educação cidadã fora da dependência e influência do governo Federal, podendo estabelecer normas de educação diferentes das antigas e dependentes universidades federais.
"Foi Jango, também, quem impediu, por meio de Decreto, a derrubada do Núcleo Bandeirante, transformando-o em Cidade Satélite", disse Celina, completando que por isso e por muito mais que esse título entregue hoje é o reconhecimento pela inegável contribuição do ex-presidente à sociedade brasileira no exercício da sua carreira política. “Ele foi o único presidente brasileiro que morreu no exílio em defesa da democracia no Brasil”, relembrou.
Ao encerrar seu discurso, Celina leu uma das frases de Jango, destacando que muito tem a ver com o momento político atual. “O que ameaça a Democracia é a fome, é a miséria, é a doença dos que não têm recursos para enfrentá-la. Esses são os males que podem ameaçar a Democracia, mas nunca o povo na praça pública no uso dos seus direitos legítimos e democráticos”. E manifestou à família do ex-presidente, seu comprometimento em lutar para que o Memorial da Liberdade, idealizado por Oscar Niemeyer, seja construído na cidade, resgatando a memória de Jango.
Compuseram a mesa, o filho de Jango, João Vicente Goulart, a presidente do Instituto João Goulart, Verônica Fialho Goulart, o presidente nacional do PDT, Georges Michel, a ex-deputada Maninha, a advogada da Rede Nacional de Advogados e Advogados Populares, Camila Gomes, assim como Celina Leão e Wasny de Roure, autores da proposta.