Mais um caso de feminicídio chocou moradores da QNN 04 de Ceilândia, na tarde desta sexta-feira (16). Um homem matou a esposa e se suicidou em seguida. O sargento do 8º batalhão, Fabiano Oliveira, foi o primeiro a chegar no local do crime. O portão precisou ser arrombado com uma ferramenta para que a polícia conseguisse entrar. Lá, a polícia encontrou tudo revirado, com indício de que houve briga. O para-brisa do carro do casal estava quebrado também. O primeiro chamado foi de que um homem teria atirado na esposa e, em seguida, se escondido em casa. Porém, na hora que entraram, os dois corpos foram vistos. O filho de apenas dois anos estava em meio a eles.
“O menino estava em choque. Pedia para todo mundo sair. Ele passou de 10 a 15 minutos sozinho entre os corpos”, lembra. A criança foi levada para a casa de um vizinho, um policial militar que, inclusive, acionou a corporação. Um outro filho do casal, de 7 anos, estava na escola na ocasião.
O militar explica que Júlio Cesar dos Santos, de 39 anos, teria voltado para casa há cerca de uma semana. O homem, que era piloto do metrô, participava do Clube do Tiro e possivelmente tinha autorização para a arma. Há até indícios de que haja outras armas dentro do cofre da residência.
Colegas de trabalho de Júlio se assustaram com a notícia e, alguns, compareceram ao local. “Ele era tranquilo. Até brincava com a gente”, afirmou um piloto do metrô, que pediu para não ser identificado. O amigo lembra que, nos últimos tempos, Júlio comentava sobre problemas conjugais, inclusive da separação, mas que não imaginava que algo tão grave pudesse ocorrer.
Mulher pediu socorro
Mary Stella Gomes, de 32 anos, pediu socorro antes de ser assassinada pelo próprio marido, segundo vizinhos. Um homem que morava na mesma rua, e pediu para não ser identificado, viu o momento em que ela teria gritado, avisando que Júlio estava armado e pediu para avisar a polícia. Não teria dado tempo. Mary foi atingida por dois ou três tiros na região do tórax, pelas costas aos tentar fugir. Em seguida, Júlio atirou na própria cabeça.
O histórico do casal não era tranquilo. Eles teriam se separado e estavam em processo de reconciliação. Porém, as brigas começaram a ficar mais intensas, fazendo com que muitos vizinhos se preocupassem. “Ele era super tranquilo. Não falava muito. Chegava e não falava com ninguém”, afirma.