29/03/2018 às 14h13min - Atualizada em 29/03/2018 às 14h13min
Coronel Lima é preso pela Polícia Federal em São Paulo
Amigo de Temer, ex-coronel da PM foi preso na operação da PF deflagrada em São Paulo e no Rio. Ele foi levado por ambulância alegando problemas de saúde
G1
O coronel João Batista Lima Filho, amigo do presidente Michel Temer, foi preso na manhã desta quinta-feira (29) em São Paulo pela Polícia Federal.
Lima sofre de problemas de saúde. Agentes da PF foram ao apartamento dele na Vila Andrade, Zona Sul de São Paulo. O ex-coronel saiu amparado por uma equipe de resgate do Samu em uma cadeira de rodas e seria levado ao Hospital Albert Einstein, no Morumbi.
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G1 tentou contato com a defesa do Coronel Lima mas ainda não obteve retorno.
Ex-coronel da Polícia Militar, Lima é apontado pela Procuradoria Geral da República (PGR), com base na delação da JBS, como um dos intermediários de propina que supostamente seria paga ao presidente no caso do decreto de portos. Lima é dono da empresa de engenharia e arquitetura Argeplan.
PF tenta ouvi-lo desde junho
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Polícia Federal tenta ouvir o ex-coronel desde junho de 2017. Ele já havia sido intimado por duas vezes e nas duas não compareceu alegando problemas de saúde.
No inquérito que apura suposto favorecimento de empresas no setor de portos por um decreto assinado pelo presidente Michel Temer, a PF anexou mensagens telefônicas trocadas entre Lima e uma pessoa não identificada pelos investigadores chamada Maria Helena.
No dia 30 de abril de 2017, o coronel Lima diz: “Amiga, nessas condições ainda tenho esperança de receber as 'gorjetas' que você não me deu”.
Na avaliação da PF, “a conversa chama atenção pelo fato de o coronel aparentemente fazer uma cobrança, utilizando o termo gorjeta”. Os investigadores querem que Lima esclareça em interrogatório do que se trata a conversa.
Também há uma troca de mensagens no mesmo dia entre Lima e um interlocutor chamado Miguel de Oliveira.
Lima diz: “Recebeu pouco. Nas minhas contas deveria ter recebido R$ 120 mil. Estão 'garfando' o coitado”.
A PF afirma que “a conversa aparentemente remete a um pagamento feito a alguém, que teria sido enganado, pois o valor pago deveria ter sido maior”.
Temer e Lima são amigos há décadas, e mantêm relações próximas até hoje. Um relatório de busca e apreensão da Operação Patmos, da Polícia Federal, diz que Lima é um homem com acesso direto ao presidente Michel Temer.
E mostra que o presidente e o ex-coronel trocaram 12 ligações entre abril de 2016 e maio de 2017, com Temer já na Presidência da República.
Na análise do celular de Lima, investigadores encontraram na agenda de contatos número de Joesley Batista, da JBS, e do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco.
Outros presos A PF também prendeu em São Paulo o advogado José Yunes, amigo e ex-assessor do presidente Michel Temer e, em Monte Alegre do Sul (SP), o empresário Antonio Celso Greco, dono da empresa Rodrimar, que opera no porto de Santos.
As prisões são parte da Operação Skala, deflagrada nesta quinta pela PF em São Paulo e no Rio de Janeiro.
PRESOS NA OPERAÇÃO DA PF - José Yunes, advogado, amigo e ex-assessor do presidente Michel Temer
- Antônio Celso Greco, empresário, dono da empresa Rodrimar
- João Batista Lima, ex-coronel da Polícia Militar de São Paulo e amigo de Temer
- Wagner Rossi, ex-deputado, ex-ministro e ex-presidente da estatal Codesp
- Milton Ortolan, auxiliar de Wagner Rossi
Também foram presos na mesma operação
o ex-assessor de Temer, José Yunes; o empresário
Antônio Celso Greco, dono da empresa Rodrimar; o
ex-ministro da Agricultura e ex-deputado federal Wagner Rossi, que em 1999 e 2000 foi diretor-presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo, estatal administradora do porto de Santos; Milton Ortolan, auxiliar de Rossi.