O magistrado autorizou ainda a expedição de 20 mandados de busca e apreensão na Operação Skala, deflagrada nesta quinta-feira (29/3), na capital federal, em um desdobramento da Operação Patmos. Os alvos são: coronel João Baptista Lima, Antonio Celso Grecco, José Yunes, Wagner Rossi, Milton Hortolan, Eduardo Luiz de Brito Neves, Carlos Alberto Costa, Carlos Alberto Costa Filho, Maria Eloisa Adenshon Brito Neves, Rodrigo Borges Torrealba, Ana Carolina Borges Torrealba, Gonçalo Torrealba e Celina Borges Torrealba.
Além dessas prisões, Barroso determinou a tomada de depoimentos de outras quatro pessoas, incluindo a arquiteta Maria Rita Fratezi, mulher do coronel Lima e sócia do marido na PDA Projeção e Direção Arquitetônico Ltda. “Trata-se da empresa que realizou reforma de alto custo em imóvel da senhora Maristela Temer, filha do Excelentíssimo Senhor Presidente da República. Há informações sobre pagamentos de altos valores em espécie”, destaca o ministro. Os outros três intimados são Edson Coelho Araújo, Almir Martins Ferreira e Zuleika Borges Torrealba, que pelo fato de ter 85 anos, poderá ser ouvida no lugar onde for encontrada, ponderou Barroso.
Buscas Entre os locais de busca e apreensão, o magistrado incluiu diversos endereços do Grupo Rodrimar, da PDA Projeto e Direção Arquitetônica, da PDA Administração e Participação LTDA, da AF Consult do Brasil LTDA, no Rio de Janeiro, e da AF Consult do Brasil LTDA, em Curitiba.
Barroso também autorizou que o MPF, a Polícia Federal e a Receita Federal possam acessar os arquivos eletrônicos apreendidos na operação. E determinou que a Argeplan entregue cópia de “toda documentação contábil disponível sobre a empresa, além de blocos de notas fiscais e livros contábeis dos últimos cinco anos”.
O ministro também proibiu expressamente à Polícia Federal de “prestar informações sobre as diligências”, bem como realizar alguma coletiva a respeito do tema. Determinou ainda que qualquer esclarecimento deve ser prestado, por meio de nota, somente pela Procuradoria-Geral da República.
Abaixo, conforme documento do ministro Barroso, segue a lista completa com as suspeitas de cada uma das 13 pessoas que foram presas temporariamente:
Coronel João Baptista Lima
“Suspeito de ser responsável pela captação de recursos irregulares para o excelentíssimo senhor presidente da República, por meio de suas empresas, em especial a Argeplan. Tem justificado o reiterado não comparecimento em razão de restrições de saúde.”
Antonio Celso Grecco
“Presidente do grupo Rodrimar. Há suspeitas de que seja o principal articulador entre empresários do setor portuário de Santos/SP, no interesse de sua empresa e agentes públicos envolvidos nos crimes investigados, inclusive proximidade com o presidente Michel Temer.”
José Yunes
“Deve ser ouvido novamente, uma vez que na primeira oitiva o investigado teria se utilizado de subterfúgios para não responder claramente os questionamentos. Em especial os relacionados à transferência de bens para os investigados e pessoas próximas.”
Wagner Rossi
“Presidente da Codesp entre 2000 e 2001, e ministro da Agricultura entre 2010 e 2011. Em ambos os cargos, foi indicado pelo presidente Michel Temer. Após exoneração pode ter continuado a receber ‘mensalinho’ de 100 mil reais pagos por Joesley Batista, a pedido do presidente.”
Milton Hortolan
“Ligado a Wagner Rossi. Foi seu chefe de gabinete no Ministério da Agricultura, entre 2010 e 2011. Suspeita-se de que também tenha recebido ‘mensalinho’ pago por Joesley Batista, a pedido do presidente Michel Temer. Foi acionado por Ricardo Saud para tentar resolver questões no Porto de Santos/SP.”
Eduardo Luiz de Brito Neves
“Suposto responsável por apresentar Celso Grecco, da Rodrimar, para o coronel Lima, da Argeplan. Participou do Conselho Administrativo da Rodrimar e possui a empresa MHA Engenharia, a qual teria prestado serviços para a Argeplan.”
Carlos Alberto Costa
“Sócio fundador da Argeplan e ex-sócio da AF Consult Brasil, juntamente com o coronel Lima. Pode esclarecer acerca de condições do ingresso do coronel Lima na Argeplan e prestar informações relevantes a respeito da capacidade operacional da empresa, contratos com empresas no Porto de Santos, reais sócios formais e até mesmo sobre eventuais sócios ocultos.”
Carlos Alberto Costa Filho
“Filho do sócio-fundador da Argeplan, ingressou em sociedade da AF Consult do Brasil, com o coronel Lima, após saída de seu pai. A AF Consult Brasil obteve contratos que somam mais de 200 milhões de reais, com suspeita de favorecimento em função da proximidade do coronel Lima com o excelentíssimo senhor presidente da República.”
Maria Eloisa Adenshon Brito Neves
“Sócia-fundadora da Argeplan. Deixou a empresa quando do ingresso formal do coronel Lima em 2011. Pode esclarecer sobre as condições do ingresso do coronel Lima na Argeplan, inclusive pagamento pelas cotas da sociedade, prestar informações relevantes sobre capacidade operacional da empresa, contratos com empresas no Porto de Santos, desde 1998, e reais sócios formais e até mesmo eventuais sócios ocultos da empresa.”
Rodrigo Borges Torrealba
“Esclarecer os motivos para doação eleitoral pessoal e do grupo Libra, de onde partiram os pedidos e possível solicitação indevida de valores em troca de renovação de contratos de concessão em Santos/SP.”
Ana Carolina Borges Torrealba
“Esclarecer os motivos para doação eleitoral pessoal e do grupo Libra, de onde partiram os pedidos e possível solicitação indevida de valores em troca de renovação de contratos de concessão em Santos/SP.”
Gonçalo Torrealba
“Esclarecer os motivos para doação eleitoral pessoal e do grupo Libra, de onde partiram os pedidos e possível solicitação indevida de valores em troca de renovação de contratos de concessão em Santos/SP.”
Celina Borges Torrealba
“Esclarecer os motivos para doação eleitoral pessoal e do grupo Libra, de onde partiram os pedidos e possível solicitação indevida de valores em troca de renovação de contratos de concessão em Santos/SP.”