O ministro Luiz Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, mandou soltar na noite deste sábado, 31, três aliados do presidente Michel Temer presos na quinta-feira, 29, na Operação Skala, da Polícia Federal. Ele atendeu a um pedido feito horas antes pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
As prisões foram realizadas no âmbito do inquérito sobre o decreto dos portos, suspeito de irregularidades. Conforme nota oficial, a procuradora-geral Raquel Dodge, afirmou ao Supremo Tribunal Federal que “as medidas cumpriram o objetivo geral”.
Foram presos o advogado José Yunes, amigo do presidente há mais de 50 anos e ex-assessor dele na Presidência, o coronel da reserva João Baptista Lima Filho, também coordenador de campanhas eleitorais de Temer, e o ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi, pai do líder do MDB na Câmara, deputado Baleia Rossi (SP). As prisões temporárias expirariam na segunda-feira. Elas poderiam ser renovadas por mais cinco dias.
Integrantes da PGR acompanharam depoimentos colhidos dos três presos. O Ministério Público Federal havia solicitado as prisões, autorizadas pelo relator do caso, ministro Luís Roberto Barroso, embora a Polícia Federal tivesse requerido conduções coercitivas.
Também foram cumpridas ações de busca e apreensão de documentos. Segundo a PGR, três pessoas que estavam fora do País não tiveram os mandados de prisão executados, mas estão “dispostas a se apresentar à autoridade policial tão logo retornem”.
A pedido de advogados de defesa, Barroso já havia indicado, em decisão sexta-feira, que poderia revogar as prisões. Ele também disse que as defesas teriam acesos ao inquérito quando as diligências sigilosas fossem encerradas. “Quanto aos pedidos de revogação das prisões temporárias, serão apreciados tão logo tenha sido concluída a tomada de depoimentos pelo delegado encarregado e pelos procuradores da República designados, ouvida a senhora procuradora-geral da República”, escreveu.
Na sexta-feira, o presidente Michel Temer se disse vítima de uma “trama” e que tentam impedir sua candidatura à reeleição. Sem citar Dodge nem Barroso, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República criticou as prisões.
“Tentam mais uma vez destruir a reputação do presidente Michel Temer. Usam métodos totalitários, com cerceamento dos direitos mais básicos para obter, forçadamente, testemunhos que possam ser usados em peças de acusação. Repetem o enredo de 2017, quando ofereceram os maiores benefícios aos irmãos Batista para criar falsa acusação que envolvesse o presidente. Não conseguiram e repetem a trama, que, no passado, pareceu tragédia, agora soa a farsa”, diz o texto.