A ‘Caravana da Solidariedade’, composta por governadores e dirigentes do PT prevista para avistar-se nesta terça, 10, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua cela, na Polícia Federal de Curitiba, deu para trás. Só quem pode visitar o preso é seu advogado, decidiu o juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato em primeira instância.
A visita – que incluiria inclusive o ex-presidente do Uruguai José Mujica – foi anunciada na véspera por Gleisi Hoffmann, presidente do PT. As lideranças petistas reagiram da decisão e ameaçam recorrer a instâncias superiores, por considerarem que Lula é um ‘preso político’.
Moro enquadrou Lula no “regime geral de visitas da carceragem da Polícia Federal”. Isso significa que o petista poderá ser visitado apenas por seus advogados constituídos no processo e por parentes do primeiro grau. No caso dos filhos, porém, apenas uma vez por semana, e com dia previamente agendado.
O despacho de Moro foi proferido no fim da tarde dessa segunda-feira (9). Moro ressaltou que Lula está detido em uma sala reservada na sede da PF em Curitiba (chamada de ‘Sala de Estado-Maior’) e com direito até mesmo a uma televisão, mas alegou que “não se justifica novos privilégios em relação aos demais condenados” no caso tríplex da Operação Lava Jato.
“O ex-presidente ficará separado dos demais presos, sem qualquer risco para a integridade moral ou física, a fim de igualmente atender à dignidade do cargo ocupado. […] Nenhum outro privilégio foi concedido, inclusive sem privilégios quanto a visitações, aplicando-se o regime geral de visitas da carceragem da Polícia Federal, a fim de não inviabilizar o adequado funcionamento da repartição pública”, escreveu Moro em seu despacho.