20/12/2016 às 19h24min - Atualizada em 20/12/2016 às 19h24min

TÔ DE OLHODinheiro lavado. Mais uma lavanderia superinteressante

O que uma loja de tapetes tem a ver com uma revendedora de vinhos, uma de carros importados, um restaurante e um bar?

Raimundo Duarte
Blog do Sombra

O que uma loja de tapetes tem a ver com uma revendedora de vinhos, uma de carros importados, um restaurante e um bar?

 

Nada, além da finalidade de lavar dinheiro oriundo de atividades ilícitas.

 

A expressão “lavar dinheiro” surgiu nos Estados Unidos para designar um tipo de falsificação de dólares que incluía colocar as notas na máquina de lavar para que adquirissem aparência de gastas. De lá para cá, a “lavanderia” sofisticou seus métodos. A integração do sistema financeiro mundial permite que os recursos viajem entre contas bancárias de diferentes países em questão de segundos e, assim, o dinheiro sujo acaba incorporado à economia formal.

 

De acordo com o FMI, de 2,5% a 5% do PIB (produto interno bruto) de cada país no mundo têm origem ilícita. No Brasil, isso equivale a um montante de 37,5 bilhões a 75 bilhões de reais, como revela a Revista Superinteressante.

 

Observe-se que esse tipo de comércio não quebra, mesmo a economia estando em baixa. A falência somente ocorre após o término da lavagem de todo o montante ou quando uma operação policial estanca a sangria do dinheiro desviado.

 

Um advogado conhecido em Brasília lava o dinheiro de modo simples: um restaurante discreto, com tira-gosto de codorna, uma loja de vinhos e obras de artes.

 

Compra a garrafa do vinho a 5 euros na França e revende a 60 reais em Brasília, obtendo um lucro fantástico e misturando o dinheiro entocado com o da freguesia.

 

Os quadros nunca perdem valor, têm um mercado ativo. O dinheiro não fica enterrado, mas colado às paredes das casas e escritórios.

 

No restaurante, a mesma coisa, os recursos ilícitos esquentam nas panelas dos chefes e viram matéria mole no consumo da freguesia.

 

No Sudoeste, abriram um bar – famoso por ser frequentado pelas conhecidas “pastinhas” – para fazer circularem moedas que estavam enterradas em um quintal.

 

Já a loja de tapetes e o outro restaurante, especializado em Pato a Pequim, vivem sempre vazios, mas a conta do dono é muito movimentada.


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