08/05/2018 às 07h32min - Atualizada em 08/05/2018 às 07h32min

Casa amanhece fuzilada após briga de bar, em Santa Maria

Idoso saía para trabalhar quando notou aproximadamente 30 tiros no portão de sua residência

Jbr

Uma discussão por bebida alcoólica acabou em briga e uma casa fuzilada em Santa Maria. O auxiliar administrativo Adenaldo Ribeiro de Souza, 63 anos, saía para trabalhar quando notou aproximadamente 30 tiros no portão de sua residência. A suspeita é de que o filho mais velho dele, de 25 anos, tenha se envolvido em uma briga no bar.

“Acordei na hora de ir para o trabalho, eram 6h10. Quando saí, olhei o vidro do carro e achei que era água. Mas reparei e vi que era tiro, e o vidro estava estilhaçado. Olhei para o lado e estava tudo furado. Fiquei preocupado porque não ouvi nada”, conta Adenaldo.

Eles conseguiram constatar o horário do atentado porque há câmeras na casa do vizinho. Eram 2h55 desta segunda-feira (7). Nas imagens, dois carros – um Volkswagen Jetta preto e um Volkswagen Gol branco – passam por ali três vezes, até que diminuem a velocidade e os ocupantes fazem os disparos. “A gente deu sorte. Teve bala que entrou dentro de casa. Ninguém se machucou. O prejuízo foi só o portão e o vidro do carro”, aponta.

A mulher de Adenaldo, Neuzai Azevedo de Souza, 50 anos, ouviu os disparos. Apesar disso, ela não tinha compreendido que se tratavam de tiros. “Pensei que fosse alguma batida de carro. Levantei, olhei pela janela e não vi nada, aí voltei a dormir. Não sabia que tinha acontecido aqui em casa. Era um barulho bem abafado”, afirma.

Neuzai alega ainda que os homens aumentaram o volume do som no momento dos disparos. “Dizendo um vizinho que foi um carro que aumentou o som e outro deu os tiros. O som estava alto, às vezes colocaram um silenciador na arma. Aí não deu para entender o que tinha acontecido”, completa a dona de casa.

Morando há 35 anos na mesma residência, Adenaldo garante que foi a primeira vez que passou por uma situação como essa. “Nunca fiz confusão com ninguém. Tenho dois filhos, um de 19 e outro 25 anos, e pelo que sei eles não têm nenhuma inimizade”, levanta.

“Eles vieram para acertar nossa casa. Passaram três vezes, então eles queriam ter a certeza de que era essa. Não tenho medo, mas sei que isso aqui foi um aviso. Agora, a gente vai precisar ter mais cuidado”, acrescenta o homem.

Suspeita de briga em bar

A suspeita é de que o filho mais velho do auxiliar administrativo tenha se envolvido em uma briga. A reportagem esteve na 33ª Delegacia de Polícia (Santa Maria) e não conseguiu contato com o rapaz de 25 anos. No local, estava sua namorada, de 23 anos, que preferiu não se identificar.

A mulher conta que no domingo, por volta das 2h, o casal e um amigo saíram para um bar. Ali, dividiram um combo de vodca com os suspeitos, que eram seus conhecidos. Ela não soube precisar quantos eram.

“Dividimos o combo, e um amigo nosso foi pegar o gelo no balde da bebida. Aí o rapaz levantou e bateu na mão desse amigo. Então começou uma briga. O cara foi jogar uma garrafa em mim, meu amigo me defendeu e levou duas garrafadas na cabeça”, lembra.

Por tentar apaziguar a briga, a garota acabou caindo e relatou que foi agredida. “Depois meu namorado veio e levou uma garrafada também, cortou o rosto. Aí saímos correndo e o cara jogou a garrafa de vodca no carro do meu namorado, e depois disse ‘vou cobrar’”, conta. De lá, o trio foi ao hospital, pois estava machucado. “Foi o tempo de eles irem até a casa do meu namorado e darem os 30 tiros”.

“Tenho medo de acontecer de novo. Ele ia embora para casa, mas eu disse para ele ficar na minha. Se ele tivesse voltado, poderia ter morrido. Tudo isso por causa de bebida, algo tão fútil. Não sabemos o que fazer, porque são pessoas que conhecemos”, completa.

Pai assustado
O homem chegou a afirmar para o pai que os tiros podem ser consequência da briga. “Ele me disse que estava na balada e que aconteceu uma briga. De lá, ele foi para o hospital porque estava machucado. Mas o homem que veio aqui sabia que esse era nosso endereço. Se existe um motivo para os 30 tiros, meu filho supõe que seja isso”, comenta Adenaldo.

A mãe do rapaz completa afirmando que, além desse episódio, o filho de 25 anos não tem histórico de briga. “Não tem nada na delegacia”, finaliza Neuzai.
Na Polícia Civil, o caso é tratado como lesão corporal, disparo de arma de fogo e dano. Os tiros foram feitos por uma arma 9mm. A 33ª Delegacia de Polícia investiga o caso.


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