Mais um militar foi exonerado nesta terça-feira (29) após promover uma reunião política com o pré-candidato ao Governo do DF Jofran Frejat (PR), em sua casa, na última sexta-feira. O tenente- coronel Marcos Alves perdeu o cargo de comandante do Centro de Treinamento e Especialização da Polícia Militar do DF (CTEsp). Há cerca de um mês, seis membros do alto escalão do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF) também perderam seus cargos de confiança após uma foto deles com Jofran Frejat vazar na internet. O tenente-coronel Marcos Alves estava na foto da reunião e chegou a ter o nome na berlinda, mas somente hoje saiu a exoneração.
“Ninguém me falou nada, não houve respeito a minha pessoa, em me chamar e falar o motivo. Até agora nada. Só recebi a publicação e fui entregar minhas coisas. Respeito as diferenças políticas e a única coisa que estamos fazendo é um trabalho técnico para ajudar a sociedade”, lamentou Marcos Alves em entrevista ao Jornal de Brasília.
Cerca de 200 pessoas foram até a casa do tenente-coronel na última sexta-feira, em Arniqueiras, para uma reunião com Jofran Frejat e os deputados federais Laerte Bessa (PR) e Alberto Fraga (DEM). O objetivo do grupo é montar um plano de ação voltado para a segurança pública do Distrito Federal. Segundo militares que preferem não se identificar, as exonerações estão sendo feitas como forma de retaliação aos que demonstram apoio a outro nome que não o do atual governador do DF, Rodrigo Rollemberg (PSB).
Durante a comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado no Congresso Nacional, Laerte Bessa criticou o governo. Segundo o parlamentar, a exoneração é “revanchismo.” “ Situação inacreditável no DF. Que a segurança está abandonada todos sabem, mas o que ninguém sabe é que bombeiros e policiais, estão lutando por melhoria. Hoje, para nossa surpresa, um grande policial que também apareceu em foto ao nosso lado foi vítima de revanchismo. Não sei o que esse governador pode fazer contra a máquina pública. Não aceitamos isso. É perseguição.”
De acordo com a Polícia Militar, a exoneração aconteceu “em razão de seu tempo de serviço”. “Ele pediu para ser reformado, aposentadoria, por isso foi exonerado do cargo o qual ocupava”, garantiu a corporação.