03/07/2018 às 07h14min - Atualizada em 03/07/2018 às 07h14min

Para Barroso, problema do STF é juiz que age para proteger amigos

Para o ministro Barroso, problema do STF são juízes da casa que agem de maneira antiética

Notibras

Já há algum tempo o Supremo Tribunal Federal (STF) está no epicentro da crise política que, desde 2016, tomou o país. Nos últimos dias, ministros da casa vieram a público para responder – ou reforçar – as críticas e as pressões direcionadas a mais alta instância da Justiça brasileira.

 

Os comentários mais recentes vieram do ministro Luís Roberto Barroso. Carioca, alinhado a pautas progressistas como a descriminalização do aborto e das drogas, e considerado um apoiador dos procedimentos da operação Lava Jato no STF, Barroso foi duro ao apontar o que, para ele, é o principal  problema do STF .

“É juiz que faz favor e acha que o poder existe não para fazer o bem e a justiça, mas para proteger amigos e perseguir inimigos”, disse ao jornal  Folha de S.Paulo .

O comentário pode ser interpretado como uma indireta ao ministro  Gilmar Mendes . Além de Barroso e Mendes já terem protagonizado momentos tensos no plenário do STF, com ataques grosseiros de ambos os lado, nas últimas semanas o ministro Gilmar mandou soltar diversos empresários e políticos envolvidos na Lava Jata.

Ministros interpretam ‘problema do STF’

Discordando de Barroso, a ministra Cármen Lúcia, a presidente do STF, negou que os juízes da casa tomem “decisões partidárias”.

 

"Não acredito que ministros do STF tomem decisões partidárias no sentido de tomar um partido, até porque isso é terminantemente proibido. Seria considerar que um juíz está tomando uma decisão contrária ao que é o seu dever constitucional", disse  Cármen Lúcia .

A insatisfação contra os procedimentos do STF, contudo, faz eco entre os ministros da Casa. Marco Aurélio de Mello, um dos juízes que há mais tempo atua no STF, criticou o que tachou de “manipulação da pauta” – uma referência aos movimentos da presidente da Corte ao ministro relator da Lava Jato, Edson Fachin. 

“A ministra Cármen Lúcia, que define a data para julgamento, está com a palavra. Sem dúvida alguma, tempos estranhos. Estou aqui há 28 anos, e nunca vi manipulação da pauta como esta”, criticou, comentando o  problema do STF .


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