“Tudo em casa me lembra dele. Até quando alguém bate no portão, eu penso que é ele e que vou ouvir um ‘oi mãe, sou eu aqui fora'”, lamenta Daniele, que perdeu seu primogênito.
O último contato com o menino foi na quarta à noite, quando ele, por volta da meia-noite, recebeu uma ligação. Mesmo que estivesse deitado, foi ao encontro de um colega. O destino era a festa em uma casa na Quadra 116, perto dali.
Daniele, que estava com um “pressentimento ruim” dias antes, pediu para Gabryel não ir. O pai dele também não queria que ele saísse à noite. Daniele se pegava chorando sem motivo aparente e com um aperto no peito. Apesar desses sinais, ela permitiu que o garoto saísse após a promessa de que voltaria rápido e um pedido de confiança. Ela ainda ouviu um “eu te amo”. O último.
A próxima vez que a mulher teve notícias do filho foi com a chegada de um amigo dele batendo no portão. A notícia era de que dois rapazes com o nome Gabriel teriam morrido. Ao aproximar a imagem de um deles, reconheceu a bermuda. A partir dali, ela só sabia gritar e pedir socorro.
O crime
Na festa, Gabryel teria dançado com uma adolescente, namorada de um homem que está preso. Um amigo do detento teria reclamado e iniciado a briga. O menino foi empurrado, caiu e então foi estapeado e esmurrado. Porém, levantou-se e falou que iria embora.
Depois, o adolescente que começou a confusão teria esperado Gabryel na esquina. A vítima correu, mas caiu, dando tempo para o algoz se aproximar e jogar a primeira pedrada. Câmeras de segurança flagraram o momento em que os dois criminosos jogam pedras no adolescente, mesmo caído.
Familiares pedem justiça
A mãe, Daniele Bezerra, revolta-se com a forma que os jovens mataram o filho. “Eram uns demônios. Os caras passaram por lá, olharam e ainda levaram a jaqueta dele”, relata. A mãe garante que Gabryel não se envolvia com nada de errado e era muito amado por todos. Ela comenta, inclusive, que o laudo inicial da perícia não constatou uso de álcool ou drogas.
A Polícia Civil investiga o caso, que, atualmente, está a cargo da Delegacia da Criança e do Adolescente (Asa Norte), já que os dois suspeitos são menores. Um deles, de 13 anos, foi apreendido na madrugada do crime e encaminhado para a Justiça.
Por nota, a Divisão de Comunicação da PCDF informou que as apurações estão em andamento e que a corporação vai se manifestar apenas quando a investigação for fechada.
A família só quer justiça. O pai de Gabryel, o auxiliar de serviços gerais José de Ribamar, acredita que o adolescente foragido está perto, em Santa Maria, ou nas cidades próximas. Para ele, é triste ver como tudo ocorreu e saber que as pessoas detidas devem ficar apenas poucos anos em detenção, já que são adolescentes.
A família pede para quem tiver mais informações sobre o caso entre em contato com a polícia para que quem cometeu o crime pague pelo que fez.
Para pedir justiça e paz, neste domingo, familiares e amigos organizaram uma passeata que vai sair da quadra 116 norte, local onde o crime ocorreu, até a 33ª Delegacia de Polícia, na Quadra 114, da Avenida Alagados. A previsão é que o evento ocorra das 8h às 10h.
Daniele Bezerra agradeceu a população da cidade que auxiliou nas investigações iniciais e, inclusive, denunciou os adolescentes, levando à identificação e à apreensão de um dos envolvidos. Ela aguarda ansiosamente a detenção do outro responsável pelo assassinato.
No dia 23 de junho, ocorreu um crime parecido. O estudante universitário Jiwago Henrique de Jesus Miranda, foi morto com pedradas na cabeça, na Universidade de Brasília (UnB), local onde estudava. A polícia investiga o caso e ainda tenta chegar ao autor do crime.Para pedir justiça e paz, neste domingo, familiares e amigos organizaram uma passeata que vai sair da quadra 116 norte, local onde o crime ocorreu, até a 33ª Delegacia de Polícia, na Quadra 114, da Avenida Alagados. A previsão é que o evento ocorra das 8h às 10h.
Daniele Bezerra agradeceu a população da cidade que auxiliou nas investigações iniciais e, inclusive, denunciou os adolescentes, levando à identificação e à apreensão de um dos envolvidos. Ela aguarda ansiosamente a detenção do outro responsável pelo assassinato.
No dia 23 de junho, ocorreu um crime parecido. O estudante universitário Jiwago Henrique de Jesus Miranda, foi morto com pedradas na cabeça, na Universidade de Brasília (UnB), local onde estudava. A polícia investiga o caso e ainda tenta chegar ao autor do crime.