O estado precário das escolas da prefeitura também é alvo do relatório do Tribunal de Contas do Município (TCM), que começou a ser votado ontem. Os auditores constataram no ano passado, em pesquisa feita por amostragem em 194 unidades, que 57,4% delas (112) estavam em más condições.
Em geral, nesses casos, os técnicos consideram prédios com infiltrações e janelas quebradas ou sem infraestrutura para receber alunos em sala de aula. Mas a aparência feia e a parte física deteriorada não foram os únicos problemas encontrados na rede pública do Rio. O documento ainda chama atenção para o fato de os estudantes estarem perdendo tempo precioso de aprendizado: em 2017, eles tiveram 1.576 tempos sem aula por semana, o que dá, em média, menos 8,2 tempos de aula por escola. A segurança foi outro ponto que não passou pelo crivo. De todas as escolas, apenas uma tinha laudo do Corpo de Bombeiros em dia.
O descaso com a educação é apenas uma das muitas questões levantadas pela análise das contas da prefeitura em 2017 feita pelo TCM. Ontem, numa sessão marcada por discussões entre conselheiros, ficou decidido, por cinco votos a zero, que o prefeito Marcelo Crivella terá 30 dias — e não 15 como havia sido cogitado inicialmente — para responder a todas as dúvidas do tribunal.
O conselheiro-relator do processo, Nestor Rocha, constatou que o primeiro ano de gestão de Crivella foi marcado por um déficit orçamentário de R$ 1,6 bilhão. Essa é a principal crítica à gestão do prefeito, que não teria adotado medidas para minimizar as dificuldades de caixa provocadas pela queda na arrecadação
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