A Polícia Civil deflagrou a Operação Dentarium, na manhã desta terça-feira (31/7), para desarticular organização criminosa que cometia fraudes em compras de equipamentos odontológicos. Eles falsificaram registros de dentistas da capital federal e usavam cartões clonados para adquirir as mercadorias em outros estados. Os investigados chegaram a montar uma empresa para revender os produtos.
A investigação realizada pela Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e a Fraudes (Corf) revelou que o grupo coletava informações de dentistas na internet e produziam documentos de identificação falsos para apresentar às empresas e fechar as negociações. As apurações tiveram início há quatro meses.
De acordo com o delegado-chefe da Corf, Wisllei Salomão, os suspeitos tinham funções definidas. Alguns eram responsáveis por falsificar as informações dos dentistas, outros por clonar os cartões, realizar a compra e revender.
“Encontramos 36 denúncias de dentistas que tiveram as informações usadas de forma ilegal. Os registros são desde 2015. Estimamos que o valor movimentado por eles alcance os R$ 500 mil”, disse Salomão. “Estamos em busca dos clientes desse posto de combustível que tiveram o cartão clonado. É importante que essas pessoas que foram lesadas registrem ocorrências. São informações importantes e que podem contribuir para as investigações”, reforçou o delegado.
Como funcionava
Com posse do registro dos dentistas, eles entravam em contato com empresas de diversos estados e encomendavam produtos usados em consultórios. O pagamento era feito com cartão clonado. As informações das vítimas dos cartões eram repassadas por um frentista que trabalha em um posto de combustíveis em Samambaia.
O funcionário do posto é um dos seis presos temporariamente. Apenas uma pessoa segue foragida. Além das detenções, os policiais da Corf cumpriram seis mandados de busca e apreensão em Brasilândia (MS), Riacho Fundo 2, Ceilândia, Águas Lindas (GO) e Valparaíso (GO).
O líder do grupo não teve o nome divulgado, mas é conhecido pela alcunha de Peru. Ele já havia sido preso em maio deste ano por uso de documento falso. Tem, segundo a PCDF, 22 passagens criminais, entre elas por estelionato e tentativa de homicídio.
Peru chegou a apresentar à polícia um diploma falso de nível superior para ter direito à cela especial. A falsificação foi identificada e ele acabou autuado por mais um crime. A mulher dele, presa nesta terça (31), possuía três veículos comprados com o dinheiro da fraude. Um deles foi apreendido na Operação Dentarium.