A anomia tanto falada por defensores da democracia, repetidas vezes pelos generais quando são instigados sobre intervenção, revela que o Brasil não tem maturidade e equilíbrio social para entender o que um simples substantivo significa na sobrevivência de um país.
No caso constitucional brasileiro, fatores considerados anomias afloraram em diversos setores em tempos recentes. É como uma traça que vai corroendo o tecido social aos poucos sem causar dor imediata, escondido no escuro, até admirada em forma de solução para combater um mal maior.
A esquerda tresloucada entende que a anomia é uma ferramenta de defesa contra malfeitores de direita que querem destruir os valores que ela própria não considera valores. Então a anomia instalada nos poderes democráticos – Judiciário, Executivo e Legislativo – nessa escala de importância conferida pela própria esquerda, está justificada.
O sistema Globo, que pagou um mico histórico no massacre previamente calculado – e mal calculado – contra Bolsonaro, inverteu tragicamente o conceito de anomia. Ela própria se colocou nessa situação, de uma organização que experimentou o significado literal aplicado ao jornalismo: ausência de lei e de regra, anarquia e desorganização.Lewandowiski, ministro do STF, castigou e premiou Dilma Rousseff ao dividir o impedimento dela com a liberação para que a senhora identificada como terrorista estivesse apta a disputar um cargo político. Anomia. As sucessivas aprovações de habeas corpus deliberadas por Gilmar Mendes, o queridinho ministro do transporte no Rio de Janeiro é outra anomia.
Mas é muito pouco para uma intervenção, segundo os militares que hoje disputam, pelo voto, o comando de algumas unidades federativas individualmente e de todas conjuntamente, se for o caso. Quem decide, teoricamente, é o eleitor. Outra anomia.
Natural seria se o eleitor gozasse de autonomia para decidir impunemente quem ele quer para representá-lo na tríade da governança. Sem novelas, sem o “Brasil que você quer”, outro tiro no pé. Os depoimentos empurram para algo que os entrevistadores das Globonews, Globoolds, Globoopportunities, Globoetc, são corporativamente obrigados a obedecer.
Pânico, terror e medo. Perderão seus empregos os jornalistas caso insistam nessa metodologia infame de propagar um regime predatório só para sobreviver? Não, certamente que não. O Brasil precisa de emprego e renda. Precisa de grupos vocacionados para a exportação e a Globo de Roberto Marinho, que segundo a Times Warner, esta foi lesada no investimento que fez ao criar em sociedade a TV Globo, e que até hoje não viu a cor das notas verdes, é uma exportadora.
Nos anais da história oral da PGR – Procuradoria Geral da República e produzida pela Universidade de Brasília, se é que ainda existe o depoimento gravado, o procurador à época afirma que Roberto Marinho convenceu os generais de que dar um tombo nos estadunidenses seria bom para o Brasil. Contra seu parecer, o do procurador. Será que foi mesmo?
Uma coisa é certa. Depois disso um certo Walter Clark formatou a TV platinada como sucesso, mas deixou um herdeiro muito mais habilidoso e filho pródigo que tomou o reino, chamado Bonifácio, o Boni. Não basta ser gênio, tem que ser esperto. Se a verdade for essa, anomia vai além das nossas medíocres compreensões.
Mas causa surpresa quando um grande sistema luta para que organizações criminosas permaneçam no poder, presos disputem eleições, orientações sociais rotuladas de contemporâneas oprimam as normas cotidianas e tradicionais.
Independente de julgamento, o feio continuará feio e o belo continuará belo. Esse conceito só existe na mente e no sentimento das pessoas, por mais que produzam novelas e séries. Por mais que os dólares supostamente surrupiados tenham produzido uma indústria de sonhos. Sonhos acabam.
O BNDES não patrocina urnas eletrônicas, patrocina? Só faltava isso.