Há políticos que não suportam ouvir a voz da democracia exigindo mudança de atitudes e de regras obsoletas dentro do Parlamento, por exemplo, as que mantêm o voto secreto no Congresso Nacional.
As velhas práticas políticas, os mesmos atores de sempre, que o indecente voto obrigatório continua a eleger e reeleger, não aceitam direcionar-se aos novos tempos e persistem em desafiar os princípios estabelecidos no Art. 37 da Constituição Federal.
Mas as manifestações de ruas já deram o recado. E assim mesmo, políticos da estirpe de Renan Calheiros (MDB-AL), Jader Barbalho (MDB-PA), Kátia Abreu (PDT-TO), Eduardo Braga (MDB-AM), Gleisi Hoffmann (PT-PR) e outros se fazem de moucos.
Ora, o que se viu na abertura da Sessão do Senado Federal, com o show escandaloso proporcionado principalmente por Renan Calheiros e Kátia Abreu, digno de saltimbancos de terceira categoria, em desrespeito ao presidente da Sessão, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), mancha a Casa de Rui Barbosa.
De fato, senador Renan Calheiros, Davi Alcolumbre se comportou com a altivez de um Golias diante da fúria de meia-dúzia de gatos pingados, mesmo tendo sido a sua pasta de trabalhos surrupiada pela frenética senadora Kátia Abreu.
Mas não adiantou a manobra da votação secreta para o comando do Senado, mesmo com a autorização madrugada adentro do ministro do STF Dias Toffoli, porque aqueles que desejavam a transparência da eleição, como pede a população, deram posse legítima ao senador Davi Alcolumbre, para o bem do Senado e da nação.
Assim, a velha raposa, acostumada a maquinações e se vendo na iminência da derrota, retirou a sua candidatura à presidência do Senado, comportando-se como um poltrão.
O senador Renan Calheiros devia ter agido como o ex-deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), renunciando ao mandato.
Júlio César Cardoso
Bacharel em Direito e servidor federal aposentado
Balneário Camboriú-SC