07/03/2019 às 18h10min - Atualizada em 07/03/2019 às 18h10min

Jornalista Alí Dominguez morreu após ser espancado na Venezuela; ele denunciou ameaças do governo Maduro

Em sua última entrevista antes de desaparecer, Domínguez fala sobre ameaças. "Eles te ameaçam, vão ao lugar onde você mora, tentam te colocar medo", explicou o jornalista.

Agência Brasil

Morreu, na madrugada desta quinta-feira (7) o jornalista e ativista chavista Alí Domínguez. Desaparecido há uma semana, ele foi encontrado em uma estrada com sinais de espancamento e chegou a ser socorrido para um hospital de Caracas, mas não resisitu aos ferimentos. Pouco antes de sumir, Domínguez afirmou que estava sendo ameaçado por membros do governo da Venezuela.

 

Leia também:Guaidó pede à Europa que aplique mais sanções contra regime de Maduro

 

Apesar de chavista, o jornalista havia rompido relações com o governo comandado por Nicolás Maduro e era considerado um dissidente. De acordo com a ONGPrograma Venezuelano de Educação-Ação em Direitos Humanos (Provea), o ativista foi encontrado por policiais em uma autoestrada perto da capital daVenezuela, com traumatismo craniano, fraturas e desprendimento dos dentes, o que poderia indicar que ele teria sido torturado.

 

As autoridades venezuelanas ainda não se pronunciaram sobre o ocorrido. OVontade Popular, partido de oposição aMaduro, pediu uma“investigação exaustiva” e lembrou que o jornalista havia denunciado casos de corrupção no governo.

 

Em sua última entrevista antes de desaparecer, Domínguez fala sobre ameaças. "Eles te ameaçam, vão ao lugar onde você mora, tentam te colocar medo", explicou o jornalista.

 

Domínguez sumiu na última quinta-feira (28), após assistir uma reunião de voluntários da ajuda internacional comJuan Guaidó, autoproclamado presidente venezuelano.Guaidótambém ainda não falou sobre a morte do ativista.

 

Guidó pede sanções à Venezuela

À Der Spiegel, Guaidó reiterou que

À Der Spiegel, Guaidó reiterou que

Marco Bello / Agência Brasil

 

À Der Spiegel, Guaidó reiterou que "condena veementemente" a decisão e pediu ao embaixador para ficar na Venezuela.

 

Também nesta quinta, o autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, pediu à Europa que intensifique as sanções econômicas contra o regime de Nicolás Maduro. O pedido se deu após a expulsão do embaixador da Alemanha no país

 

Leia também: EUA podem aumentar sanções contra a Venezuela, diz Bolton

 

"Os países europeus devem reforçar as sanções econômicas contra o regime. A comunidade internacional deve evitar que o dinheiro venezuelano seja utilizado para matar opositores do regime e povos indígenas", defendeuJuan Guaidóem entrevista à revista alemãDer Spiegel.

 

Na quarta-feira (6), aVenezueladeclarou "persona non grata" o embaixador da Alemanhaem Caracas, Daniel Kriener, que foi acusado de praticar "recorrentes atos de ingerência" em assuntos internos. O diplomata tem 48 horas para sair do país.

 

À revista alemã, Guaidó reiterou que "condena veementemente" a decisão e pediu ao embaixador para ficar na Venezuela. "O regime não está apenas ameaçando verbalmente o embaixador, a sua integridade física também está ameaçada", disse o opositor deNicolás Maduro.

 

Guaidó também considerou que "a Venezuela vive sob uma ditadura e esta abordagem é uma ameaça para a Alemanha. Não é legítimo declarar um embaixador como indesejável". Ele agradeceu à Alemanha a ajuda humanitária que prestou.

 

Na última quarta-feira (6),embaixador John Bolton, assessor especial da Casa Branca, escreveu, nesta quarta-feira (6), emcomunicadoà imprensa e nas redes sociais que os Estados Unidos podem endurecer as sanções econômicas adotadas contra o governo daVenezuela.


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