A Justiça Eleitoral não tem condições de julgar os processos envolvendo suspeita de corrupção e de lavagem de dinheiro, mesmo quando associados a crimes eleitorais, como o Caixa 2. A opinião é do ministro da Justiça Sérgio Moro. E se choca com a votação em andamento no Supremo Tribunal Federal, quer tende a esvaziar a Lava Jato.
“A posição do ministério, já externada publicamente, é de que a Justiça Eleitoral, embora faça um trabalho excelente na organização das eleições e na resolução de questões pontuais eleitorais, não está bem estruturada para julgar crimes mais complexos, como lavagem de dinheiro e corrupção”, afirmou o ministro.
Para Moro, o ideal é separar a competência para julgar os crimes eleitorais dos de maior complexidade. “O ideal é que haja uma separação. Esperamos respeitosamente que o STF profira a melhor decisão”, disse o ministro.
O Supremo começou a examinar o assunto. A votação, suspensa na quarta e que deverá ser retomada nesta quinta, está 2 a 1 para entregar casos dessa natureza à Justiça Eleitoral. A posição de Moro é a mesma de Raquel Dodge, procuradora-geral da República. Os dois entendem que crimes políticos devem ser julgados pela Justiça Federal.