O Ministério Público do Distrito Federal suspeita que o esquema que envolvia pagamento de propina de R$ 1 milhão pela construção de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) tenha sido replicado em 12 estados e 30 municípios do país.
Segundo os promotores, o dinheiro era dividido entre a cúpula da Secretaria de Saúde de cada estado e o Rio de Janeiro, de onde partiu a organização criminosa – supostamente capitaneada pelo ex-governador Sérgio Cabral.
O MP informou que a lista dos 12 estados foi mencionada pelo próprio Sérgio Cabral, em um comício. Em uma segunda etapa das investigações, o MP pretende confirmar em quais estados os suspeitos chegaram de fato a agir.
De acordo com os investigadores, o governo do Rio de Janeiro tinha feito uma licitação fraudada para favorecer um determinado grupo de empresas. Depois, cada estado poderia replicar aquela licitação por meio da chamada "ata de preços" – sem precisar fazer um processo licitatório do zero.
Em entrevista nesta quarta-feira (10), o o promotor Rodrigo Bezerra, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), disse que os detalhes da investigação serão apresentados à Justiça em até 15 dias em uma denúncia formal.
No DF, porém, os promotores confirmam que o esquema operou na construção de pelo menos quatro das seis UPAs: Samambaia, São Sebastião, Núcleo Bandeirante e Recanto das Emas.
Ainda assim, os investigadores continuam buscando provas de possíveis crimes também nas outras duas UPAs: Ceilândia e Sobradinho. Há indícios também de irregularidades na construção de Unidades Básicas de Saúde – os famosos "postinhos".
Na manhã desta quarta-feira (10), o e x-secretário Elias Miziara recebeu habeas corpus da Justiça com autorização para sair da cadeia. Ele ficaria em prisão preventiva – por tempo indeterminado –, mas agora poderá ficar livre desde que cumpra algumas medidas alternativas.
A ação apura um esquema de pagamento de propina em troca de instalação de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) no Distrito Federal.