O presidente Jair Bolsonaro disse na quinta (2) que há uma “fissura” nas patentes mais baixas no exército da Venezuela. A declaração foi dada em live transmitida pelo Facebook. “Há uma fissura nas patentes mais baixas, mas a tendência é essa fissura subir e atingir os altos escalões dos generais e a solução passa por aí. E nós faremos o possível, dentro do nosso limite, para que a Venezuela volte à normalidade”, disse o presidente.
Bolsonaro reafirmou que a crise venezuelana afeta o preço dos combustíveis no país. “Isso que acontece na Venezuela tem impacto na nossa economia, porque se a oferta de petróleo cai no mercado internacional, a tendência é aumentar o preço e aumentando o preço temos consequência aumentando o preço do combustível aqui do Brasil”, pontuou.
Já o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, que participou da mesma live, considera a situação ainda indefinida.
“Apesar da movimentação enorme na Venezuela esta semana, nós consideramos a situação ainda indefinida. Teve gente que qualificou o que aconteceu como uma derrota do presidente [autoproclamado da Venezuela, Juan] Guaidó. Nós não vemos dessa maneira. O que acontece é que não é fácil tirar do poder alguém que, eleito sem legitimidade, resolveu aliciar seus generais – surpreendentemente – em torno de 2 mil e aliciar de forma totalmente inesperada, totalmente fora dos padrões, aqueles que deveriam ser os que mais defendessem o país visando o patriotismo, a dignidade da Venezuela”, disse.
Segundo o ministro, o governo de Nicolás Maduro teria “aliciado e comprado” militares de alta patente com cargos. Além disso, teria empregado generais no tráfico de drogas.
“O que acontece é que esses generais foram aliciados e comprados com cargos e lhes dão um salário muito maior e são influentes na economia”, disse. “Além disso, empregou muitos dos seus generais no tráfico de drogas. Isso é terrível. Então esse dirigente, o senhor Maduro, não é fácil de tirá-lo do poder, mas as pressões internacionais podem pouco a pouco mostrar ao pessoal, à população civil que ainda não compreendeu, a gravidade do problema e, principalmente, mostrar aos militares de alta patente, que eles precisam ter o patriotismo e voltar a trazer a Venezuela de novo para o caminho da liberdade e da democracia”.