Em 2018, Carli Filho foi condenado a 9 anos e 4 meses de prisão, em regime fechado, por duplo homicídio com dolo eventual, pela morte de Gilmar Rafael Yared e Carlos Murilo de Almeida. O político deveria responder pelo crime em liberdade até a sentença em segunda instância.
Durante o julgamento passado, o ex-deputado assumiu a culpa pela morte dos rapazes. Emocionado, disse que não teve intenção de matá-los e reforçou não ser um assassino. “Se eles não tinham intenção de morrer, eu também não tinha a intenção de matar”, afirmou. A ocasião foi uma das primeiras vezes na qual o acusado ficou frente a frente com os familiares das vítimas.
Em um dos momentos mais marcantes do julgamento, o ex-deputado se dirigiu em especial às mães dos jovens: “Sei que eu nunca tive a oportunidade de pedir desculpas pelo que eu causei. Os filhos de vocês morreram, e eu quero, do fundo do meu coração, pedir desculpas”.
Os garotos foram mortos segundos após o Passat blindado conduzido pelo ex-deputado ter decolado do asfalto e arrancado o teto do Honda Fit onde os jovens estavam e a cabeça do universitário Gilmar Rafael Yared. O amigo dele, Carlos Murilo, o acompanhava no veículo e também não sobreviveu.
O carro do político estava a uma velocidade superior a 160 km/h, segundo a perícia local. O deputado admitiu ter consumido bebida alcoólica antes de assumir o volante, em um restaurante da capital paranaense, onde esteve acompanhado por amigos.
Christiane Yared
“Mãe nenhuma deveria enterrar um filho. Eu tive que me envolver com outras famílias, e muitas pessoas pediam socorro”, afirmou Christiane Yared. A partir da tragédia, a parlamentar resolveu transformar a dor em bandeira, ao criar o Instituo Paz no Trânsito.
Segundo ela, o filho não foi enterrado: “Nós o plantamos, para dar frutos”. A declaração é uma alusão à participação da mãe deputada no combate à violência nas vias do país, que coloca o Brasil como um dos recordistas mundiais em mortes no trânsito. “O país está em guerra. Estamos perdendo por dia quase 200 brasileiros, uma sequela por minuto. São números inaceitáveis”, declarou.