O pedido da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, feito ao Supremo Tribunal Federal para colocar os atos do ex-juiz Sérgio Moro ‘sob suspeição’, deve ser arquivado na terça, 25, quando for julgado pela 2ª Turma. Essa é a maior aposta nos meios políticos de Brasília. Caso a tese dos ‘lulistas’ seja vitoriosa – no que pouca gente acredita -, o trabalho da Lava Jato virá por água abaixo. Não é só isso: todo condenado (por corrupção) será solto. E o dinheiro da corrupção, devolvido aos corruptos.
A pressão dos aliados do PT aumentou após o vazamento de supostas conversas de Moro com Deltan Dallagnol, comandante da força-tarefa da Lava Jato, à época em que o hoje ministro da Justiça comandava a maior operação contra a corrupção no País.
O próprio Sérgio Moro, confiante, postou mensagem no Twitter neste domingo, 23, dando a entender que terça-feira (data marcada para votação do pedido de suspeição) não vai ter abacaxi. “As montanhas partejam, nascerá um ridículo rato”, escreveu o ministro.
Ao longo deste domingo, foram divulgadas novas mensagens, onde Moro supostamente reclamava com Dallagnol de um eventual erro da Polícia Federal ao tornar públicos alguns documentos relacionados à delação de um executivo da Odebrecht que citavam políticos com foro privilegiado, o que poderia provocar reação adversa do STF.
Sobre as novas denúncias, a assessoria de Moro divulgou, no final da tarde, a seguinte nota:
“O Ministro da Justiça e Segurança Pública não confirma a autenticidade de mensagens obtidas de forma criminosa e que podem ter sido editadas ou adulteradas total ou parcialmente. Repudia ainda a divulgação de suposta mensagem com o intuito único de gerar animosidade com movimento político que sempre respeitou e que teve papel cívico importante no apoio ao combate à corrupção. Causa revolta que se tente construir um enredo com mensagens, cuja autenticidade não se pode reconhecer, a partir de fatos que envolvem um processo judicial público e que só atestam a correção e isenção com que o ministro atuou enquanto juiz federal na Operação Lava Jato. Como pode-se verificar no andamento processual, o material referente a pessoas com foro privilegiado foi remetido ao Supremo Tribunal Federal no primeiro dia útil após a Polícia Federal ter juntado aos autos. Após análise, o STF os devolveu à 13° Vara Federal de Curitiba mantendo consigo apenas a parte que envolvia pessoas com foro privilegiado. Esta é a verdade, que independe de mensagens cuja autenticidade não se pode aferir. Ressalta-se que a invasão criminosa de celulares de autoridades públicas é objeto de investigação pela Polícia Federal”.