Após cinco meses de investigação, a Polícia Civil do Distrito Federal desarticulou uma quadrilha de travestis acusada de extorsão. O grupo se especializou em marcar encontros sexuais e programas por meio do aplicativo Grindr, voltado ao público homossexual. Os criminosos registravam as cenas de sexo com câmeras de celular e, depois, chantageavam as vítimas.
Oito suspeitos tiveram mandados de prisão expedidos pela Justiça no âmbito da Operação Cilada, deflagrada pela 5ª Delegacia de Polícia (Área Central). Três travestis e dois homens foram presos nos últimos três dias no Distrito Federal, em Goiás e em São Paulo. Outros três integrantes do bando ainda são procurados pelos investigadores.
De acordo com as apurações, as travestis marcavam os encontros com as vítimas sempre em quartos de estabelecimentos no Setor Hoteleiro Sul. Os clientes eram surpreendidos quando ainda estavam na cama com os travestis.
Os homens eram obrigados a entregar o dinheiro que tinham nas carteiras, senhas de cartões de crédito e débito e ainda fazer empréstimos consignados. A vítima ficava em poder da quadrilha enquanto comparsas sacavam os valores. Segundo a PCDF, durante o tempo em que permaneciam no quarto, os clientes costumavam ser espancados pelo grupo criminoso.
Segundo o delegado-chefe da 5ª DP, Gleyson Gomes Mascarenhas, as travestis escolhiam as vítimas que aparentavam ter alto poder aquisitivo. “A quadrilha conseguia lucrar muito dinheiro com os crimes, sempre algo em torno de R$ 10 mil a R$ 15 mil. Um dos criminosos teria conseguido juntar cerca de R$ 400 mil”, afirmou.
Entre os três foragidos, está o líder do grupo, que movimentaria a maior parte do dinheiro extorquido das vítimas. A polícia suspeita que esses valores eram investidos na compra de veículos que eram revendidos logo depois. Seria uma forma de lavar o montante adquirido com os crimes. Na manhã desta terça-feira (25/06/2019), a polícia divulgará as imagens e os nomes dos integrantes do bando.
As investigações tiveram início após três homens procurarem a Polícia Civil. Depois da primeira extorsão, as vítimas voltaram a ser alvo dos criminosos nas semanas seguintes. As ameaças eram as mesmas: se não pagassem, teriam os vídeos íntimos divulgados nas redes sociais.