Ao Metrópoles, Marlúcia, que afirmou ter 56 anos de idade, explicou que as desavenças entre ela e o administrador tiveram início em abril deste ano. Na época, ela diz ter procurado a Administração Regional de Santa Maria para denunciar a insegurança na região onde mora, na QC 2, conjunto 1.
Segundo a mulher, Miro Gomes teria colocado a culpa do episódio nas árvores, que estariam dificultando a visibilidade na região e atraindo criminosos. Acontece que o Ipê e o Pau-Brasil aos quais o gestor se referia foram plantados por Marlúcia e, de acordo com ela, “não oferecia risco algum à população”.“Procurei ele para denunciar um caso envolvendo uma tentativa de estupro em frente à minha casa. Um homem me perseguiu, me cercou e ficou se masturbando debaixo da árvore que fica aqui em frente. Na época, ele pediu para eu procurar a delegacia e denunciar o crime, foi o que eu fiz, mas aproveitei para pedir que instalassem postes de iluminação na rua.”
Nessa quarta-feira (25/02/2019), dois meses depois da denúncia realizada pela moradora, uma equipe da regional esteve em frente à casa de Marlúcia para realizar a poda das árvores, dando início ao bate-boca. “Quando vi ele aqui, achei que estava vindo para colocar a iluminação, até peguei na mão dele e agradeci, inocentemente. Mas começaram a aparecer os homens com serra e cortaram minhas árvores.”
A discussão foi gravada pelo filho de Marlúcia, Lucas Santos, e por populares que presenciaram a discussão. Nas imagens (veja abaixo), é possível observar que Miro se aproximou dos moradores e alegou que estaria “fazendo a poda por reclamação de estupro”. Lucas, então, rebateu o gestor e disse que ele e a mãe são os responsáveis pelas árvores.
Gomes explicou que não iria cortar, mas podar e perguntou ao jovem: “Você entende o que de árvore?”. “A senhora foi a primeira a reclamar que foi estuprada duas vezes”, acrescentou o gestor.
Revoltada, Marlúcia rebateu e disse que não houve estupro. Nesse momento, a moradora foi chamada de “ingrata” por Miro Gomes. “Eu não sou ingrata não. Fazer benefício aqui ninguém nunca fez”, atacou.
Após a confusão, a aposentada começou a passar mal e precisou do socorro do Samu. “Eu tenho problemas de saúde e ele vem até aqui e faz uma covardia dessas com minhas árvores, me humilha e agride verbalmente? Ele não poderia ter feito o que ele fez. Minha árvore não atrapalha ninguém. Não estou bem, não dormi nada essa noite, uma covardia o que ele fez comigo”, disse a moradora ao Metrópoles.
Procurado pela reportagem, o administrador regional de Santa Maria se defendeu das acusações da moradora e afirmou que a poda das árvores é uma “recomendação da Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF)”.