28/06/2019 às 09h17min - Atualizada em 28/06/2019 às 09h17min

Na base de 11 contra 10, Brasil se garante nos pênaltis

O Brasil está na semifinal da Copa América após exorcizar um antigo fantasma da competição: os pênaltis. Na Arena do Grêmio, nesta quinta-feira, a equipe empatou sem gols com o Paraguai no tempo normal após sofrer com a retranca adversária e precisou dos pênaltis para ganhar por 4 a 3 e devolver as derrotas diante do mesmo rival nas quartas de final do torneio em 2011 e 2015.

O Brasil foi superior ao adversário ao longo de mais de 90 minutos de futebol. Tropeçou na insegurança em chutar, na falta de criatividade e prevaleceu na hora de decidir nas cobranças. Firmino chutou para fora, enquanto Gómez e González erraram. Coube ao atacante Gabriel Jesus fechar a série decisiva e colocar o Brasil na semifinal contra quem passar do confronto entre Argentina e Venezuela.

Neymar assistiu o jogo em um camarote ao lado do presidente da CBF, Rogério Caboclo. E viu que a seleção brasileira esteve longe de repetir a atuação empolgante da partida contra o Peru. O Paraguai escalado com três zagueiros de origem, posicionado com cinco no meio e uma imensa disposição para marcar e desacelerar o jogo fez o encontro ser monótono e de imensa disputa para cada palmo.

O Brasil conseguiu algumas finalizações logo no começo e criou uma falsa expectativa de pressão. Na verdade, ficaria preso na defesa, atrapalhado pelos erros de passe, dezenas de faltas e sabotado pela própria vontade de querer caprichar mais no lance em vez de chutar a gol. Por isso, passou 35 minutos no primeiro tempo sem finalizar e viu a partida ficar parada, como o Paraguai gostaria.

A chance mais clara do primeiro tempo foi dos paraguaios. Após cruzamento, Derlis González apareceu atrás da defesa e chutou para Alisson salvar, aos 28 minutos. A torcida sentiu a dificuldade do jogo travado e por alguns instantes entoou o coro de Grêmio. Ao fim do primeiro tempo, a arena mesclou vaias com aplausos após ver 45 minutos de futebol pobre em um gramado maltratado.

O Brasil voltou para a etapa final disposto a acelerar mais o jogo e conseguiu uma chance importante. Gabriel Jesus fez bela jogada individual e serviu para Firmino, que foi derrubado na entrada da área. Inicialmente o árbitro deu pênalti, mas após revisar o lance no vídeo, decidiu marcar falta fora da área e expulsar o paraguaio Balbuena. Foram cinco minutos de paralisação.

A vantagem numérica deixou o Brasil ainda mais pressionado a buscar o gol da vitória. O time avançou inteiramente, a ponto de a linha de defesa ficar posicionada na intermediária do Paraguai. Tite tirou o volante Allan e colocou o meia Willian para aumentar a força ofensiva. O jogo virou de um time só, com os paraguaios atordoados e sem qualquer opção para sair da defesa.

O Brasil radicalizou de vez nos minutos finais, ao tirar Daniel Alves e colocar Lucas Paquetá. A equipe queria a todo custo resolver a partida no tempo normal, pois só atacava e sequer sofria perigo. A angústia aumentou após o chute de Willian acertar a trave aos 44 minutos do segundo tempo. Foram mais sete minutos de acréscimos e de gritos de gol sufocados. A decisão foi para os pênaltis.

A torcida compreendeu o sofrimento e entendeu a superioridade brasileira ao longo do tempo normal. Com vaias sobre os paraguaios, ajudou a pressionar e induzir ao erro os dois paraguaios que atuam no futebol nacional: Gómez parou nas mãos de Alisson e Derlis Gonzalez chutou para fora. Em uma noite em que o fiasco assombrou a seleção, a classificação premiou quem mais procurou jogar futebol.

 

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