11/07/2019 às 06h48min - Atualizada em 11/07/2019 às 06h48min
"Greenwald inventou conversas sobre Moro e Lava Jato. “Ele fez errado”, diz Demori",
Oswaldo Eustáquio, de Curitiba
Agora Paraná.
Sem saber que estava sendo gravrado, o editor-executivo do Intercept Brasil fez esta revelação em uma cafeteria em São Paulo, sem saber que estava sendo gravado. As gravações foram realizadas pelo jornalista Oswaldo Eustáquio, que tem mais de dez anos de experiência com jornalismo investigativo e assina esta coluna.
Oswaldo Eustáquio, de Curitiba - @oswaldojor (https://twitter.com/oswaldojor)
Nesta terceira reportagem da série “A fraude da Vaza Jato” revelamos que Leandro Demori, editor-executivo do site Intercept Brasil admite que Gleen Greenwald, fundador do site e marido do deputado David Miranda do PSOL, inventou conversas sobre Moro e os procuradores da Lava Jato. Sem saber que estava sendo gravado, na cafeteria Starbucks do Anhembi, na Vila Olímpia, em São Paulo, Demori estava nervoso ao telefone com Greenwald. O diálogo a seguir foi gravado, logo depois que ele desliga o telefone. Furioso, ele reúne a equipe que estava em uma espécie de redação Itinerante na cafeteria e diz que Greenwald está atrapalhando a equipe. Os interesses pessoais do marido do deputado David Miranda, que assumiu o mandato após a renúncia de Jean Wyllys, que está sendo investigado por vender o mandato contaminaram a reportagem que adulterou as informações e pior, incluiu invenções do jornalista americano.
“Ele quer discutir comigo”, ele falou. Eu mandei o texto e tava totalmente fora do contato. Eu falei: “aí ta tudo errado, velho!” (menina): Absolutamente tudo errado! O quê, por exemplo, estava errado? Tava tudo errado! Nomes, data, blocos, citação... Tudo errado. A informação da clara manipulação de dados comprovada pela gravação já havia sido noticiada na primeira reportagem da série. Nesta terceira, mostramos que houve inclusão de frases que não estavam no material roubado por um hacker do celular do Sérgio Moro e dos procuradores da Lava Jato. Preste atenção no diálogo a seguir, que comprova este fato. Sabe o que ele fez? Ele pôs Ele completa ali na mão. Ele fez errado. Ele mandou o link pros braços Da uma olhada se tá tudo certo que nós vamos publicar E eu falei. Não vou publicar esse negócio. Oh Santi, vamos tirar o... Quando Demori fala aos seus colegas jornalistas que Greenwald pôs e completou na mão as informações, o próprio editor-executivo admite que ele fez errado. E um pouco mais para frente nas gravações reveladas também na primeira reportagem da série ele diz preocupado. “A gente tá passando recibo”. Os áudios completos desta série de reportagens que iria terminar na terceira reportagem, mas vai continuar e trazer mais um ou duas matérias, foram entregues na íntegra, sem edição ao Ministério Público Federal. As três primeiras reportagens da série realizada em parceria pelo site República de Curitiba, Renews e Agora Paraná revelam com clareza que as mensagens foram roubadas por um hacker e entregues ao Intercepet. Que as mensagens foram adulteradas. E nesta última reportagem, mostramos que Greenwald adicionou informações que não continham nas originais e que o editor-executivo Leandro Demori está preocupado com os erros, o que ele chama de “passar recibo”. Procurado pela Reportagem através de email, Leandro Demori não respondeu aos questionamentos até o fechamento desta reportagem.