egundo o governador Ibaneis Rocha (MDB), a população não admite o pagamento de um salário de R$ 17 mil para o jardineiro de uma estatal. Na declaração, ele fez referência à investigação iniciada pela Controladoria-Geral do Distrito Federal (CGDF) nas folhas salariais das empresas públicas, a começar pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap). A auditoria reacendeu a polêmica sobre os supersalários no serviço público. Para o emedebista, altos salários devem ser pagos somente a gestores qualificados, quando necessário.
Do ponto de vista do governador, remunerações de peso são válidas para a contratação em altos cargos, como o de presidente do Banco Regional de Brasília (BRB) ou de uma grande estatal. “O que nós não podemos entender é um servidor, um empregado de uma empresa, com um nível escolar baixo, que não é por culpa dele, como é o caso que eu cito sempre, do jardineiro da Novacap que ganha R$ 17 mil. Isso a população não consegue admitir. Você tem que ter um nível salarial compatível com a função”, disparou Ibaneis Rocha.
De acordo com Ibaneis, os empregados conquistaram os grandes salários dentro da legalidade, com base em decisões judiciais, mas o GDF estuda formas de racionalizar os gastos públicos. “Agora chegou um outro momento. Quem está sofrendo com isso é a população mais carente, porque não tem serviços públicos de qualidade”, assinalou.
Após a investigação na Novacap, a CGDF pretende fazer uma devassa nos salários do BRB, da Agência de Desenvolvimento do DF (Terracap) e das outras empresas públicas. Atualmente, o governo tenta aplicar o “abate-teto” nas estatais por meio do Decreto nº 39.670, de 15 de fevereiro de 2019. No entanto, empregados questionam judicialmente o limitador.
Segundo o GDF, o teto salarial atualmente só não é aplicado no BRB, na Terracap, TCB e Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) por força de determinações judiciais. A partir de julho, o índice será aplicado na estatal responsável pelo abastecimento de água e pela rede de esgoto brasiliense.