O Governo do Distrito Federal (GDF) se prepara para lançar a licitação para construir o viaduto da Estrada Parque Indústrias Gráficas (Epig) – que vai ligar o Sudoeste, na altura da Avenida das Jaqueiras, ao Parque da Cidade. Os recursos, na ordem de R$ 21,4 milhões, foram liberados pelo Ministério de Desenvolvimento Regional e, por ordem do governador Ibaneis Rocha (MDB), a Secretaria de Obras começa a providenciar os trâmites para o lançamento do edital da concorrência pública.
Do total de R$ 21,4 milhões estimados como custo da obra, R$ 3,8 milhões são contrapartida do GDF. “Na semana passada, conseguimos o aval do Ministério do Desenvolvimento Regional e do agente financeiro para licitar a obra”, afirma o secretário de Obras, Izídio Santos Júnior.
Devido aos prazos da licitação e aos procedimentos de liberação de recursos, as obras devem demorar de 120 a 150 dias para serem lançadas, ou seja, a previsão é que comecem entre dezembro de 2019 e janeiro de 2020. Depois de iniciados os trabalhos, o prazo para o término da construção da estrutura é de 12 meses.
O viaduto será construído na intersecção da Epig com o Sudoeste e o Parque da Cidade – local por onde passam, em média, 22 mil veículos por dia. O objetivo é retirar os semáforos que interferem no fluxo de veículos. Hoje, quem passa pela Epig no sentido Plano Piloto é obrigado a parar em dois semáforos: um para a passagem de pedestres em frente ao Complexo da Polícia Civil e outro logo em frente à saída de carros do Parque da Cidade.
O mesmo acontece no sentido contrário. Quem vai do Plano Piloto sentido Setor de Indústria e Abastecimento (SIA) precisa parar no semáforo para a passagem dos automóveis que saem do Parque da Cidade e retornar na via para entrar no Sudoeste, ou seguir rumo a Taguatinga. Logo à frente está o semáforo de pedestres.
Quem sai do Parque da Cidade pega um sinal e é obrigado a retornar na Epig, parando em outro sinal. A abertura e o fechamento de tantos semáforos contribui para dar um nó no trânsito na região, principalmente no começo da manhã e no final da tarde. Os trevos na Epig serão feitos em trincheiras, ou seja, de forma subterrânea, de modo que os veículos permaneçam no nível da via.
“Se estou no parque e quero ir para Taguatinga, vou passar por baixo da Epig, fazer uma tesourinha e ir para Taguatinga. Se quero ir para o Sudoeste, também passo por baixo e sigo reto, em vez de fazer a tesourinha”, explica o assessor da Secretaria de Obras Maurício Canovas.
“O mesmo acontece no outro sentido. Quem está no Sudoeste e quer ir para o Parque da Cidade passa por baixo e não precisa ir lá na frente para fazer o retorno. Quem vem de Taguatinga e quer ir para o Sudoeste, passa por cima do viaduto”, acrescenta.
O projeto do viaduto faz parte do Corredor Eixo-Oeste, via de ligação entre o Sol Nascente e o Plano Piloto, passando por Taguatinga. Com 38,7 quilômetros de extensão e orçado em R$ 750 milhões (valores de 2015), o projeto prevê alargamento de pistas e construção de faixas exclusivas nas principais vias do trajeto, como a Hélio Prates, a Epig (chegando ao Eixo Monumental) e a Estrada Parque Polícia Militar (ESPM), que passa pelo Setor Policial até o Terminal da Asa Sul.
As obras são feitas por trechos para aproveitar os recursos à medida que eles são liberados. E também porque seria inviável fazer as intervenções de uma só vez no trânsito.
Esse será o primeiro conjunto de viadutos de um total de três previstos para a Epig. Segundo Canovas, a ideia é acabar com os semáforos na via. Um outro viaduto será feito na chegada à Octogonal e um terceiro na altura dos postos de combustíveis na chegada ao Setor de Indústrias Gráficas. Quando o Corredor EIxo-Oeste estiver concluído, toda a Epig terá quatro faixas em cada sentido, uma delas exclusiva para o BRT.
Em agosto de 2014, o governo chegou a publicar o edital de licitação para a construção do viaduto, mas ela foi questionada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), por causa dos recursos federais, e por grupos de ciclistas. Assim, a obra acabou revogada.
“Os ciclistas queriam que tivesse uma ciclovia no viaduto e o TCU questionou o remanejamento de uma adutora da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) que passa pelo local. Pelo projeto, a empresa que fosse construir o viaduto faria o remanejamento, mas o tribunal alegou que a empresa não poderia ser a mesma”, lembra Maurício Canovas.
Segundo ele, a Secretaria de Obras fez as devidas alterações e o novo projeto foi aprovado pela Caixa Econômica Federal e pelo então Ministério das Cidades. “A Caesb fez uma licitação a parte e mudou a rede de abastecimento de água de lugar. Com os ciclistas fizemos uma série de reuniões e chegamos ao consenso de que a ciclovia não precisa passar em cima do viaduto, elas vão ser nas marginais e vão se integrar com as ciclovias do Parque da Cidade”, acrescenta.