25/08/2019 às 06h23min - Atualizada em 25/08/2019 às 06h23min

'Dói na alma ver brasileiros não enxergando campanha contra nossa soberania', diz Jair Bolsonaro

Na sexta-feira durante pronunciamento, o presidente adotou um tom mais moderado e disse que incêndios florestais acontecem em todo o mundo e não podem ser pretexto para possíveis sanções internacionais

O presidente Jair Bolsonaro voltou a falar das queimadas na Amazônia e afirmou em seu Twitter neste sábado, 24, que " dói na alma ver brasileiros não enxergando a campanha fabricada contra a nossa soberania na região ". Na mesma postagem, há um vídeo com trecho de uma entrevista do General Eduardo Villas Boas , concedida ao jornalista Pedro Bial em setembro de 2017.

 

Villas Boas conta de uma operação da época em que comandava a Amazônia e foi avisado por um comandante de batalhão que o rei da Noruega estava em uma aldeia indígena. "Há um déficit de soberania", disse o General na entrevista, ressaltando que a Amazônia tem 84% da floresta preservada, enquanto na Europa, somente 0,3%. "Nenhum país europeu tem autoridade para nos ensinar em como tratar do meio ambiente", disse ele na entrevista.

 

Nesta sexta-feira, 23, Bolsonaro fez um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão sobre as queimadas na Amazônia e a política ambiental do governo, que tem sido alvo de críticas no Brasil e no exterior.

 

O presidente adotou um tom mais moderado e disse que incêndios florestais acontecem em todo o mundo e não podem ser pretexto para possíveis sanções internacionais. "Seguimos abertos ao diálogo com base no respeito e cientes da nossa soberania." Mais cedo, ele já havia autorizado o uso das Forças Armadas em operações na Amazônia Legal para combater as queimadas.

 

pronunciamento na noite desta sexta-feira foi recebido com panelaço em diferentes cidades brasileiras , como São Paulo, Rio, Salvador, Brasília e Recife. A questão ambiental e as políticas do governo federal motivou intensa reação global nos últimos dias.

 

Pelas redes sociais, usuários relataram panelaços na região da Avenida Paulista, na Pompeia, na Vila Madalena e em Perdizes, em São Paulo, assim como nas Laranjeiras, Leme, Tijuca, Humaitá, Alto Leblon e Glória, no Rio. A forma de manifestação durante pronunciamentos oficiais de um presidente lembra o movimento que criticou a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff em 2015 e 2016, quando os panelaços se multiplicaram. 


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