De acordo com a irmã da vítima, Marcia Maria Ferreira, 37, Marília desapareceu após deixar o local de trabalho, no Setor de Grandes Área Sul, em direção à parada de ônibus para pegar um transporte até agência da Caixa Econômica Federal, mas nunca chegou ao destino. A família acredita que ela tenha sido sequestrada por um motorista de transporte pirata.
Segundo Marcia, a maneira como se deu o desaparecimento, o modus operandi adotado pelo cozinheiro para atrair suas vítimas e a forma como a irmã foi encontrada morta um mês depois sugerem uma conexão entre Marinésio e a morte de Marília.
“Quando nós soubemos da prisão e vimos a forma de abordagem, passamos a acreditar numa relação. Apesar do laudo ter dado inconclusivo na época, devido ao avançado estado de decomposição no qual ela foi encontrada, ela estava de barriga para cima, e o policial civil que investigava o caso disse que ela, provavelmente, havia sido estrangulada”, explica.
A irmã conta que a família chegou a registrar boletim de ocorrência na época, mas a ocorrência foi arquivada sem que a autoria do crime fosse descoberta. A prisão recente do suspeito, no entanto, reacendeu a esperança dos parentes de poderem, enfim, “descansar”.
“Senti uma angústia quando eu o vi na televisão. Tem sete anos que nós a enterramos e, com ela, o caso. Não havia um culpado. Com a prisão dele, nós assemelhamos e nos deu uma esperança de que a gente, enfim, encontre um culpado. Acredito que Marília possa ter sido uma vítima dele. Queremos que o inquérito, agora, seja reaberto e investigado.”
Marcia relata que, após o desaparecimento, um homem usou o cartão transporte utilizado pela vítima para ir e voltar do trabalho. Ela diz ter entregue à Polícia Civil o extrato do vale para rastreio do suspeito, mas isso não ocorreu.
Marília morreu aos 41 anos, e deixou três filhos e dois netos. Procurada pela reportagem, a PCDF não informou se o caso será reaberto.
Marinésio morava com a esposa e a filha em uma casa humilde no Vale do Amanhecer. Tinha uma vida acima de qualquer suspeita. O homem de 1,60 m de altura é considerado calmo. “Vivi com ele muitos anos [19, no total] e não sabia de nada. Era um bom marido e bom pai. Nunca agrediu minha filha. Estamos arrasadas”, disse a companheira do maníaco.
Após ser preso, o cozinheiro confessou ter matado duas mulheres e afirmou que pagará pelos crimes. “Só peço desculpas a todos. Minha família não merecia estar passando por isso. Vou pagar o que eu fiz”, disse Marinésio, detido desde a madrugada de domingo (25/08/2019) pelo assassinato de Letícia. Ele também admitiu ser autor da morte da auxiliar de cozinha