O primeiro-ministro japonês Shigeru Ishiba anunciou sua renúncia neste domingo (7), menos de um ano após assumir o cargo. A decisão é atribuída à pressão de seu próprio partido, o Partido Liberal-Democrata (PLD), após os resultados decepcionantes das eleições para o Senado, em julho.
O primeiro-ministro japonês Shigeru Ishiba anunciou sua renúncia neste domingo (7), menos de um ano após assumir o cargo. A decisão é atribuída à pressão de seu próprio partido, o Partido Liberal-Democrata (PLD), após os resultados decepcionantes das eleições para o Senado, em julho.
O PLD governou praticamente sem interrupção por várias décadas. “Agora que as negociações sobre as tarifas americanas chegaram ao fim, acredito que este é o momento apropriado”, disse Ishiba, durante seu pronunciamento neste domingo. “Decidi me retirar e deixar espaço para a próxima geração.”
Nas eleições senatoriais de 20 de julho, a coalizão liderada por seu partido, formada pelo Partido Liberal-Democrata (PLD, direita conservadora) e seu aliado centrista Komeito, perdeu a maioria, poucos meses após ter sido forçada a formar um governo minoritário na câmara baixa.
Segundo a emissora de televisão NHK, parlamentares e líderes regionais do PLD em todo o Japão devem convocar, nesta segunda-feira (8), uma nova eleição para escolher o líder do partido. O canal afirma que Ishiba espera, desta forma, evitar divisões entre os correligionários.
Sanae Takaichi, também do PLD e considerada uma nacionalista rígida, é apontada como sucessora e já anunciou que será candidata. Uma pesquisa do jornal Nikkei realizada no final de agosto apontou Takaichi como a pessoa mais “apropriada” para suceder Ishiba, seguida pelo ministro da Agricultura, Shinjiro Koizumi.
A decisão do chefe de governo japonês não é surpreendente. Mas até então, Shigeru Ishiba havia ignorado a pressão, e afirmou na terça-feira que “tomaria uma decisão apropriada no momento certo”. O premiê chegou ao poder em outubro de 2024 após a saída de Fumio Kishida e desde então vem sendo criticado pelas derrotas sucessivas do seu partido em diferentes pleitos.
Alta da popularidade
A renúncia ocorre em meio à alta da popularidade de Ishiba. De acordo com uma pesquisa do jornal Yomiuri, sua taxa de aprovação subiu para 39% no final de agosto, o que representa um aumento de 17 pontos em um mês.
Outra pesquisa do Mainichi atribuía 33% de apoio ao ex-premiê, um recorde desde fevereiro. Esse aumento é atribuído ao acordo comercial assinado no final de julho com os Estados Unidos. O compromisso reduziu as tarifas americanas de 25% para 15%, além das medidas de seu governo para conter a alta nos preços do arroz, um fator importante da inflação no Japão.
Correio de Santa Maria, com informações do Portal Terra