Terça-feira, 16/12/25

Relatório da CPI do Melquior pede reenquadramento do rio

Relatório da CPI do Melquior pede reenquadramento do rio
Relatório da CPI do Melquior pede reenquadramento do rio | Imagem: Reprodução

CPI do Melquior conclui relatório final

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Rio Melquior finalizou os trabalhos, na segunda-feira (15/12), com a aprovação do relatório final que solicita a reclassificação do rio para nível 3. Segundo os parlamentares, o pedido visa frear a poluição no local. Com o reenquadramento, os órgãos de fiscalização deverão intensificar o controle sobre o rio e as ações de recuperação ambiental.

Causas da degradação hídrica

O documento detalha as causas da degradação hídrica do rio, incluindo o lançamento de efluentes de grandes empreendimentos como a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), CAESB, Aterro Sanitário de Brasília, abatedouros, além de poluições difusas.

O relatório aborda as deficiências na fiscalização e monitoramento realizados por órgãos como Agência Reguladora de Águas (Adasa) e Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Distrito Federal (Ibram-DF), a inadequação da infraestrutura de saneamento e a falta de integração com o planejamento territorial.

O documento apresenta recomendações e encaminhamentos ao Poder Executivo para promover a despoluição do rio, aprimorar a gestão de recursos hídricos e atualizar marcos regulatórios.

A presidente da CPI, a deputada Paula Belmonte (PSDB), e o deputado Gabriel Magno (PT) apresentaram requerimentos administrativos solicitando alterações no relatório final da comissão. O documento foi desmembrado e teve uma parte aprovada e a outra rejeitada por três dos cinco membros da comissão.

A parte do documento aprovada pede um aditamento para viabilizar medidas que o texto base não incluiu. Nela, Gabriel e Paula afirmam que a inclusão do pedido é essencial para garantir a integralidade e a efetividade do trabalho da CPI.

Recomendações

  • Reclassificação do Rio Melquior de Classe 4 para Classe 3
  • Regras mais rígidas de qualidade da água;
  • Ampliação da transparência dos dados ambientais;
  • Melhoria no monitoramento hídrico;
  • Combate à grilagem de terras na região;
  • Maior participação da sociedade nas decisões ambientais;
  • Observatórios de sustentabilidade;
  • Ações de educação ambiental.

Pedido de indiciamento rejeitado

A outra parte do requerimento foi rejeitada pelos deputados Iolando (MDB), Joaquim Roriz (PL) e Martins Machado (Republicanos). O trio faz parte da base do Governo do Distrito Federal.

Na solicitação rejeitada, Gabriel e Paula pediam o indiciamento dos apontados como responsáveis pela poluição do rio, como a Caesb, a Adasa, o SLU, a empresa Hydros Soluções Ambientais, a Seara Alimento, a Bonasa Alimentos e a Frigocan.

De acordo com o requerimento, foram identificadas falhas de fiscalização, omissões administrativas e possíveis fraudes em laudos ambientais já comprovadas ao longo das investigações.

Os autores afirmam que a inclusão do pedido – que seria encaminhado ao Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT), Tribunal de Contas (TCDF) e a outros órgãos competentes, permitiria que as investigações resultassem em medidas concretas de responsabilização e prevenção de novos danos ambientais no Rio Melchior.

T LB

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