Apesar de ter confessado os feminicídios durante os interrogatórios, Rildo teria tentado negar a autoria dos crimes
Rildo Soares, apontado como o serial killer de Rio Verde, participou na segunda-feira (17) de duas audiências de instrução no Fórum Ricardo Campos sobre os feminicídios de Elisângela da Silva Souza, 26 anos, e Monara Pires Gouveia, 31. As sessões judiciais contaram com o interrogatório do réu e a oitiva de testemunhas, dando prosseguimento à fase que analisará as provas antes da decisão sobre um possível júri popular. Na tarde desta terça-feira (18), será tratado o caso da terceira vítima, Alexânia Hermógenes Carneiro, 40 anos, que será analisado, finalizando essa etapa.
Segundo relatos de pessoas presentes no Fórum, o suposto serial killer, apesar de ter inicialmente confessado os feminicídios durante os interrogatórios, teria tentado negar a autoria dos crimes a ele atribuídos durante o processo judicial.
A maratona jurídica continuará na tarde desta terça-feira, quando será analisado o caso de Alexânia, conhecida como “Lessi”. Esta última audiência marcará o encerramento da fase de instrução, etapa fundamental onde as provas são analisadas antes da decisão sobre o envio do réu a um possível Júri Popular.
O advogado de defesa de Rildo, Nylson Schmidt Neto, confirmou que as audiências de instrução foram devidamente realizadas, com todas as testemunhas ouvidas conforme o previsto em lei.
Com o encerramento da coleta de provas, o processo agora segue para a análise do magistrado, que terá o dever de decidir se Rildo Soares será levado ou não a julgamento pelo Tribunal do Júri. A defesa faz questão de ressaltar que, até o momento, não há qualquer decisão que determine o Júri Popular, tampouco existe data marcada para um procedimento subsequente.
Além disso, a defesa esclareceu que não houve qualquer questionamento sobre a capacidade mental ou inaptidão do acusado, confirmando a inexistência de elementos que possam impedir o regular prosseguimento do processo.
Preso na cena do crime
O corpo de Elizângela foi encontrado na Avenida 75, esquina com a Rua 20, no Bairro Popular. A jovem havia desaparecido após sair para o trabalho na madrugada do dia 11 de setembro, quando foi abordada por Rildo as 4h da manhã. O cadáver estava ao lado de pertences e acabou identificado pelas roupas com as quais a vítima aparecia nas imagens coletadas. Assim que soube da movimentação policial, Rildo retornou ao local para acompanhar o trabalho da perícia. Ficou entre populares, do outro lado da rua, mas foi reconhecido por um policial, quando tentou fugir a pé antes de ser alcançado e preso.
No primeiro depoimento, Rildo negou o estupro, mas, dias depois, laudos periciais confirmaram o abuso, seguido de feminicídio, ocultação de cadáver e furto qualificado. Em depoimento na Casa de Prisão Provisória (CPP), em Goiânia, o suspeito confessou e detalhou como foi a abordagem à vítima. “Ele disse que não queria matá-la, mas ficou com muita raiva quando ela o desarmou. O suspeito contou que a vítima pegou a sua faca, acertou o braço dele, e então ele a estuprou e depois a matou”, informou o delegado Adelson Candeo, titular do Grupo de Investigação de Homicídios (GIH).
Ele confessou outros dois feminicídios e estupros sendo de Monara golpeada na cabeça após sofrer violência sexual. O corpo da jovem foi encontrado parcialmente queimado em julho em um terreno baldio. O suspeito disse ainda que planejou a vingança após a vítima furtar R$ 600 de sua casa, um mês antes, durante uma limpeza.
Alexânia foi localizada sem vida após sofrer pancadas na cabeça em um terreno próximo ao Clube Dona Gercina, no município citado. Para Candeo, Rildo confessou a autoria do crime. Segundo seu depoimento, ele alegou que teria matado a vítima após ela ter comparado drogas em seu nome junto a um traficante. Rildo afirmou ter se irritado com as cobranças que passou a receber, decidindo então atrair a vítima para o local e cometer o feminicídio.
Leia nota enviada pela defesa de Rildo Soares:
“A defesa de Rildo Soares dos Santos, conduzida pelo advogado Dr. Nylson Schmidt Neto, esclarece que a audiência de instrução foi devidamente realizada , com todas as testemunhas ouvidas conforme previsto.
Encerrada esta etapa, o processo segue agora para análise do magistrado, que decidirá se haverá ou não julgamento pelo Tribunal do Júri. Ressalta-se que ainda não existe qualquer decisão que determine Júri Popular, tampouco há data marcada ou definição sobre o procedimento subsequente.
Esclarece-se ainda que não houve discussão sobre eventual incapacidade ou inaptidão do acusado, inexistindo qualquer elemento que impeça o regular prosseguimento do processo.
A defesa reitera seu compromisso com a verdade, com a legalidade e com a ampla defesa, aguardando a decisão judicial que definirá os próximos passos”
Correio de Santa Maria, com informações da defesa do acusado








