Putin avalia plano de paz dos EUA
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta quinta-feira, 27, que o plano de 28 pontos dos Estados Unidos para o fim da guerra na Ucrânia pode servir como base para um futuro acordo de paz. A declaração foi feita após uma cúpula com líderes de ex-repúblicas soviéticas.
Putin indicou que as delegações americana e ucraniana concordaram, em uma reunião em Genebra, em dividir o texto do governo de Donald Trump em quatro componentes separados. Uma cópia foi, então, compartilhada com Moscou.
“Em geral, concordamos que isso pode ser a base para futuros acordos”, disse Putin. “Vemos que o lado americano leva em consideração nossa posição.”
Questões em aberto
O líder russo ressaltou que algumas questões ainda precisam ser debatidas. Ele também mencionou sua disposição em formalizar uma promessa de não atacar a Europa, embora tenha classificado a ideia de uma ofensiva russa contra outros países do continente como “completo absurdo”.
Putin afirmou que a Rússia está sendo pressionada a interromper os combates, mas argumentou que as tropas ucranianas precisam recuar no campo de batalha para que isso aconteça.
“As tropas ucranianas devem se retirar dos territórios que ocupam, e então os combates cessarão. Se não saírem, conseguiremos isso por meios armados. É isso”, advertiu.
Zelensky e a legitimidade
O chefe do Kremlin voltou a afirmar que considera o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, ilegítimo e que, por isso, não poderia assinar um acordo de paz com Kiev. O mandato de Zelensky terminou em maio do ano passado, mas novas eleições não foram convocadas em razão da guerra. Putin argumentou que qualquer proposta deveria ser reconhecida pela comunidade internacional.
“Portanto, em linhas gerais, é claro que, em última análise, queremos chegar a um acordo com a Ucrânia. Mas, neste momento, isso é praticamente impossível. Impossível do ponto de vista legal”, continuou ele.
Putin mencionou que a península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, e a região leste de Donbas devem fazer parte das tratativas com os EUA, embora o governo ucraniano rejeite qualquer concessão territorial. Ele informou que o enviado especial de Trump, Steve Witkoff, planeja visitar Moscou no início da próxima semana.
Witkoff esteve envolvido em uma polêmica após o vazamento de uma ligação entre ele e um assessor de política externa russa. Putin, no entanto, rejeitou a sugestão de que o enviado especial teria sido parcial.
Em suas declarações, Putin reiterou que o plano dos EUA pode servir como base para futuros acordos de paz na Ucrânia.








