A leoa Leona, que matou um jovem após a invasão do recinto de felinos do Parque Zoobotânico Arruda Câmara, conhecido como Bica, em João Pessoa (PB), nesse domingo (30/11), não será sacrificada. De acordo com direção do local, o animal não apresenta comportamento agressivo e a eutanásia jamais foi cogitada, ou seja, ela não será sacrificada.
Segundo o Parque da Bica, Leona passou por um “nível elevado de estresse” durante o episódio que levou à morte do rapaz. A administração do parque ressaltou, em nota, que a leoa está bem e segue em observação e acompanhamento contínuo.
O parque acrescentou que médicos veterinários, tratadores e técnicos estão dedicados “integralmente” ao bem-estar de Leona para garantir que ela “fique bem, se estabilize emocionalmente e retome sua rotina com segurança”.
Parque segue fechado para visitação
O Conselho Regional de Medicina Veterinária da Paraíba (CRMV-PB) anunciou que vai instituir uma comissão técnica para avaliar o Parque da Bica, que foi fechado após o ataque. Não há previsão para a reabertura a visitantes.
“A Bica permanecerá fechada para visitação até a conclusão das investigações e dos procedimentos oficiais, prezando pela transparência e pelo compromisso com a segurança de nossos visitantes, colaboradores e animais”, acrescentou o espaço, numa segunda nota publicada no Instagram.
De acordo com a administração do Parque da Bica e a Prefeitura de João Pessoa, o jovem invadiu “deliberadamente” o recinto da leoa no zoológico. O poder municipal destacou que, “de maneira rápida e surpreendente”, ele escalou uma parede de seis metros, as grades de segurança, chegou a uma das árvores do espaço e entrou na jaula.
Vídeos que circulam pelas redes sociais mostram a ação do rapaz, que foi atacado pelo animal e não resistiu aos ferimentos.
Transtorno mental
O jovem morto foi identificado como Gerson de Melo Machado, mais conhecido como Vaqueirinho, de 19 anos. Ele invadiu o recinto de felinos e não resistiu aos ferimentos causados por um dos animais. Vaqueirinho tinha transtornos mentais. A conselheira tutelar Veronica Oliveira, que acompanhava o caso dele, afirmou que o jovem não recebeu o tratamento que deveria.
“Embora o Conselho solicitasse laudos porque era visível o transtorno mental, o Estado dizia que ele só tinha um problema comportamental. Será que alguém que entra na jaula de leão, que joga paralelepípedo no carro da polícia, tem problema comportamental? Não, isso não é só problema comportamental. Gerson precisava de tratamento, que não foi oferecido”, disse ela, em vídeo.
Veronica afirmou que Vaqueirinho passou por acolhimentos institucionais da cidade. Ele era filho de mãe e avós esquizofrênicos, segundo ela.
“Mas os psiquiatras insistiam em dizer que era só um menino que não se adequava ao espaço porque tinha problema comportamento. O Conselho Tutelar de Mangabeira não vai se calar. Nós lutamos muito tentando garantir os direitos de Gerson. O meu sentimento hoje é de revolta”, afirmou a mulher.








