O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), avaliou em 28 de novembro, durante um almoço com empresários no Rio de Janeiro (ACRJ), que o início do cumprimento da pena do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado por tentativa de golpe de Estado, pode abrir espaço para que a direita bolsonarista busque diálogo com o centro para a construção de um projeto eleitoral para 2026.
Segundo Leite, para que essa aproximação exista, o campo bolsonarista precisaria abandonar o extremismo. No evento, ele foi questionado sobre a possibilidade de uma futura aliança com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
“O governador Tarcísio tem habilidade de gestão, conhecimento técnico e capacidade política, mas para que possa se construir em torno dele alguma coalizão, é ele que deve deixar o bolsonarismo e vir mais ao centro. E não o contrário; não é o centro que vai se bolsonarizar”, afirmou o gaúcho.
Leite acrescentou que a prisão de Bolsonaro pode alterar o cenário político e “trazer inevitavelmente uma possibilidade de diálogo do campo da centro-direita com uma direita que eventualmente se associou a Bolsonaro”. Segundo o governador, isso só deve ocorrer se houver disposição desse grupo em abandonar posições extremas e “vir para o centro”. “Se houver disposição de quem aderiu a Bolsonaro de vir para o centro, esse diálogo pode acontecer”, afirmou.
O governador gaúcho também reiterou que está à disposição para disputar a Presidência, mas reconheceu que pode apoiar outro nome. “Minha vontade como brasileiro é maior do que minha vontade como político. Quero que o Brasil vá para frente. Se tiver que liderar esse processo, estou à disposição. Se houver outro líder com a agenda correta e convergência mínima, vamos trabalhar para ajudar o Brasil”, disse Eduardo Leite.
Apesar do interesse de Leite, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, tem sinalizado preferência pelo governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD). Outra possibilidade seria o partido apoiar uma eventual candidatura de Tarcísio de Freitas.
Eduardo Leite também comentou sobre seu antigo partido, o PSDB, que voltou nesta semana a ser presidido pelo deputado federal Aécio Neves (MG). “Tenho grande respeito pelo ex-governador e deputado Aécio. Sempre tive boa relação com ele e desejo sorte na condução do PSDB”.
Aécio e Leite já foram aliados e adversários dentro do PSDB, quando o gaúcho deixou a sigla, ambos disputavam controle interno do partido.
Declarações de Eduardo Leite
Em 28 de novembro, Eduardo Leite declarou que Tarcísio de Freitas deveria se afastar do bolsonarismo para construir uma coalizão política. Leite mencionou a necessidade de diálogo entre a direita e o centro, especialmente após a prisão de Bolsonaro.
Possíveis cenários políticos
Leite também abordou a possibilidade de alianças políticas para 2026, mencionando a importância de abandonar posições extremas para viabilizar o diálogo. O governador do Rio Grande do Sul reiterou sua disposição em disputar a Presidência, mas também considerou apoiar outro nome.
Relação com o PSDB
Leite comentou sobre o retorno de Aécio Neves à presidência do PSDB, expressando respeito e desejando sucesso na condução do partido.








