“No momento, o estudo de viabilidade de criação está na pauta de discussão da Câmara de Graduação prevista para o mês de setembro”
A Pró-Reitoria de Graduação da Universidade Federal de Goiás (Prograd/UFG) se manifestou após críticas de entidades a um projeto de criação do curso de Engenharia Farmacêutica pela instituição, conduzido pelo Instituto de Química (IQ). “No momento, o estudo de viabilidade de criação do curso de Engenharia Farmacêutica está na pauta de discussão da Câmara de Graduação prevista para o mês de setembro. Durante todo esse processo, haverá espaço para o diálogo, a fim de que se tome, ao final, a melhor deliberação”, declarou nesta quinta-feira (28) em nota ao Mais Goiás.
Sobre a possibilidade do curso, o Conselho Regional de Farmácia de Goiás (CRF-GO), a Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar) e o Sindicato dos Farmacêuticos de Goiás (Sinfar-GO) divulgaram notas públicas de repúdio. As instituições apontaram, ainda, riscos acadêmicos, regulatórios e profissionais na implantação da graduação.
Em nota, o CRF-GO classificou a iniciativa como “redundante e desnecessária”, destacando que o curso de Farmácia já contempla todas as competências necessárias para atuação na indústria, desde pesquisa e desenvolvimento até a produção e o controle de qualidade de medicamentos, vacinas, biofármacos, imunobiológicos e insumos”. A entidade alertou que a proposta pode gerar sobreposição de atribuições, fragmentação da formação e insegurança no mercado de trabalho.
O Conselho foi além e formalizou no último dia 22 de agosto, sua posição em ofício encaminhado à reitora da UFG, professora Angelita Pereira de Lima, no qual afirma que a criação do curso “pode acarretar insegurança jurídica e institucional”, já que não existe regulamentação específica para o exercício profissional do engenheiro farmacêutico no Brasil. No documento, o CRF-GO pede que a universidade reavalie a pertinência técnica, acadêmica e social da proposta.
Já a Fenafar e o Sinfar-GO reforçaram, em nota conjunta, que a medida representa um “equívoco conceitual”, por não se originar claramente da Farmácia nem da Engenharia, mas da Química. As entidades defendem que reduzir a formação em fármacos e medicamentos a aspectos técnicos contraria a essência do farmacêutico, profissional de saúde cuja atuação vai da inovação tecnológica à promoção do cuidado humano e animal. Ignorar a legislação vigente, afirmam, pode expor estudantes ao risco de se formarem em uma carreira sem reconhecimento, criando um “limbo regulatório e profissional”.
Nota da UFG
“A Pró-Reitoria de Graduação da Universidade Federal de Goiás (Prograd/UFG) informa que qualquer unidade acadêmica pode propor a criação de um novo curso. Para cada proposta, constitui-se uma comissão formada por especialistas que vão elaborar um estudo de viabilidade.
Depois de pronto, esse estudo de viabilidade precisará ser apreciado por instâncias colegiadas deliberativas da Instituição, que são o Conselho Diretor da unidade proponente, a Câmara de Graduação do Conselho de Ensino, Pesquisa, Extensão e Cultura (Cepec) e o Conselho Universitário da Universidade Federal de Goiás (Consuni UFG), as quais deverão avaliar a pertinência e o mérito da proposta.
No momento, o estudo de viabilidade de criação do curso de Engenharia Farmacêutica está na pauta de discussão da Câmara de Graduação prevista para o mês de setembro. Durante todo esse processo haverá espaço para o diálogo, a fim de que se tome, ao final, a melhor deliberação.“
Correio de Santa Maria com informações da Reitoria de Graduação da Universidade Federal de Goiás (Prograd/UFG)