Os generais estão dando as cartas no governo. Querem preservar a imagem do Exército como a instituição mais respeitada pelo povo. Ao mesmo tempo prometem garantir a estabilidade política.
Esse o sentimento reinante em Brasília desde a noite de quinta, 23, e as primeiras horas desta sexta, 24. Foi transmitido a Notibras por influente autoridade que vive recolhida desde o início do isolamento social, mas que nem por isso deixa de abrir as portas para ouvir e dar instruções.
A governabilidade será assegurada com Jair Bolsonaro no Planalto, desde que o capitão não dê novos rompantes. Esbravejar que quem manda é ele não será mais aceito passivamente. Até porque, ele não está com essa força toda.
O último blefe do presidente, com cartas passadas por baixo da mesa pelos insensatos 01, 02 e 03, não foi páreo para o Royal Straight Flush aberto ao lado das fichas.
Não há espaço para bravatas. E a guerra travada contra corruptos, corruptores e o crime organizado seguirá incessante. Para isso Sérgio Moro continuará à frente do Ministério da Justiça. E Maurício Valeixo permanecerá comandando a Polícia Federal.
Isso não é resumo de ópera, explicou o retirante em tempos de quarentena. É o vitorioso jogo de pôquer de quem avalizou a candidatura de Bolsonaro, acreditando que os fundamentos militares norteariam os passos do presidente.
A velha política continuará sendo a velha política. Não haverá o toma-lá-dá-cá insinuado nas últimas 72 horas em reuniões com o Centrão, o MDB e o DEM.
Aliados de primeira hora merecerão mais atenção e respeito. Os adversários (e não inimigos) políticos continuarão a ser vistos como tal. A selva vai verdejar, o céu será de brigadeiro e o mar de almirante, tudo em nome de uma grande aliança.
O jogo agora será outro. E ninguém vai mexer nas peças do tabuleiro por impulso, sob pena de receber xeque-mate. Vigora o velho mantra. Rei morto, rei posto.