16/06/2020 às 06h51min - Atualizada em 16/06/2020 às 06h51min

Lava Jato: Romero Jucá e Valdir Raupp viram réus por corrupção

Os emedebistas são acusados de participar de esquema de propina em contratos com a Transpetro

METRÓPOLES
A 13ª Vara da Justiça Federal aceitou uma denúncia oferecida pela Operação Lava Jato, do Ministério Público Federal (MPF), contra os ex-senadores Romero Jucá e Valdir Raupp, ambos do MDB. Eles viraram réus pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro em contratos com a Transpetro.

Além de Raupp e Jucá, Luiz Fernando Maramaldo, Fernando Reis, Nelson Maramaldo e Sergio Machado foram alvo da decisão da Justiça.
 

Conforme foi apurado pela força-tarefa, as empreiteiras pagavam propina aos integrantes do MDB responsáveis pela nomeação e manutenção de Machado na presidência da estatal. Em troca, Machado garantia às empreiteiras a continuidade dos contratos e a expedição de futuros convites para licitações.

O esquema de corrupção mantido na Transpetro resultou em uma série de pagamentos ilícitos disfarçados de doações eleitorais oficiais ao partido entre 2008 e 2010 e em 2012.

Denúncia

De acordo com a denúncia, em 2008, a NM Engenharia pagou propina disfarçada de doação eleitoral oficial no valor de R$ 100 mil ao Diretório Estadual do MDB em Roraima, presidido na época por Jucá.

O dinheiro foi utilizado para a campanha eleitoral de Elton Vieira Lopes à prefeitura de Mucajaí (RO). Ao todo, a NM Engenharia pagou R$ 1,3 milhão em vantagens indevidas, na forma de doações eleitorais, para Jucá e outros políticos do MDB.

Já em relação à Odebrecht Ambiental, esquema semelhante ocorreu em 2012, quando o ex-senador Valdir Raupp recebeu, com o auxílio de Machado, R$ 1 milhão da empreiteira. Reis, presidente da empresa na época, utilizou outra companhia do grupo, a Barro Novo Empreendimentos Imobiliários, para fazer duas doações eleitorais oficiais no valor de R$ 500 mil cada.

Defesa

Em nota, a defesa do ex-senador Valdir Raupp afirmou que “a tramitação da referida ação penal padece do vício de competência, com evidente atropelo de arguição feita pela defesa e que aguarda conclusão de julgamento pelo Supremo Tribunal Federal”.

“No mais, a denúncia apresentada parte de premissas fáticas equivocadas e relatos já superados de colaboradores, desacompanhados de quaisquer elementos probatórios. Por acreditar na Justiça, Valdir Raupp sempre se colocou à disposição para elucidar os fatos e demonstrar sua inocência”, complementa.

O espaço está aberto para para um eventual posicionamento da defesa de Romero Jucá.


 
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