01/07/2020 às 02h45min - Atualizada em 01/07/2020 às 02h45min

Integrante de grupo neonazista é preso após tentar matar grafiteiro no DF

Rapaz de 23 anos foi espancado até desmaiar, em Ceilândia, onde foi abandonado. Socorrido, ele ficou três dias internado na UTI do HRC

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) cumpriu mandado de prisão temporária contra um homem acusado de integrar o grupo de skinheads responsável por tentar matar um grafiteiro de Ceilândia, em agosto de 2019. A investigação conduzida pela Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual, ou Contra a Pessoa Idosa, ou com Deficiência (Decrin) apura a o que teria motivado as agressões cometidas contra Jhamau Sant’Anna (foto em destaque), de 23 anos. O suspeito foi preso nessa segunda-feira (29/06).

De acordo com as investigações, o crime foi cometido por dois indivíduos, em plena luz do dia. Os dois teriam desembarcado de um carro preto e espancando a vítima até ela desmaiar, na quadra QNN 17, em Ceilândia. O jovem foi socorrido por pedestres, que acionaram os bombeiros e o encaminharam ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC), onde passou dois dias internado na UTI.

 

Segundo a PCDF, há indícios de que o crime tenha sido motivado por ódio e intolerância de supostos neonazistas que atuam em Ceilândia, uma vez que Jhamau é integrante de grupos de grafite. Os trabalhos do rapaz, expostos em creches da cidade, foram encobertos com dizeres de ódio por outros jovens, que seguem uma cartilha integralista e neonazista. A vítima e outros amigos grafiteiros teriam combinado de apagar essas declarações.

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No início das apurações, a Decrin fez um apelo à população e recebeu diversas denúncias anônimas. Após 10 meses de trabalho, foi possível identificar o veículo usado no momento do espancamento. O dono do automóvel seria um dos principais suspeitos da tentativa de homicídio qualificado. Ele negou sua participação no crime.

Até o momento, o proprietário do carro foi indiciado por tentativa de homicídio qualificado pela impossibilidade de defesa da vítima. As investigações continuam para identificar o comparsa e também para determinar a motivação do crime.

O inquérito policial está vinculado ao Tribunal do Júri de Ceilândia. Se levado a júri popular e condenado, o suspeito detido temporariamente pode receber de 12 a 30 anos de reclusão.


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