Gabriel Ribeiro, estudante de medicina veterinária e amigo de Pedro Krambeck, o jovem picado pela Naja kaouthia que criava em casa, no Guará, foi transferido na tarde desta quarta-feira (22/7) para a carceragem da Polícia Civil do Distrito Federal, no Departamento de Polícia Especializada, no Parque da Cidade. Gabriel foi preso nesta manhã, em mais um desdobramento da Operação Snake, que investiga um possível esquema de tráfico ilegal de animais no DF.
Advogada de Gabriel, Amanda Bedaqui afirma que vai pedir habeas corpus, em caráter de urgência. Porém, até que a Justiça decida a favor do rapaz, ele ficará cinco dias preso, uma vez que o mandado de prisão expedido contra ele é de caráter temporário. Ele é acusado de interferir nas investigações da PCDF, bem como é considerado suspeito de fazer parte do esquema de tráfico de animais.
A previsão é que Gabriel passe ao menos cinco dias encarcerado no DPE, com a possibilidade de ter o pedido de prisão prorrogado por mais cindo dias e, posteriormente, convertida em preventiva.
Gabriel é suspeito, inclusive, de ter ocultado outras 16 serpentes, que também pertenciam ao jovem picado pela cobra da espécie Naja kaouthia, em uma chácara na zona rural de Planaltina.
Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul, 22 anos, foi picado pela serpente asiática em 7 de julho e chegou a ficar em coma no Hospital Maria Auxiliadora, no Gama. O rapaz, que também é estudante de veterinária, teve alta e está em casa, no Guará. Ele ainda não prestou depoimento, pois apresentou atestado médico justificando a pandemia do novo coronavírus como motivo.
Gabriel foi um dos alvos da segunda fase da operação, deflagrada no último dia 16. O jovem chegou a ser conduzido para a 14ª DP (Gama). Os investigadores encontraram maconha na residência de Gabriel e o levaram à 14ª DP.
Policiais cumpriram, na ocasião, quatro mandados, no Guará, Gama e Riacho Fundo. Foram apreendidos diversos documentos, celulares, medicamentos de uso veterinário, mais uma serpente conhecida como Corn Snake (Cobra do milho) e vários itens usados na criação ilegal de animais silvestres e exóticos.
A Corn Snake tem origem americana. É usada em exposições e como alimento para outras cobras. A serpente não é peçonhenta, mas, no Brasil, precisa de autorização para ser criada em casa. A prática pode até resultar em multa. O dono da cobra, que mora no Riacho Fundo e também é estudante de veterinária, foi alvo da operação. Os policiais o conduziram à delegacia, onde foi autuado por maus-tratos a animais.
Operação Snake
Buscas foram feitas no Guará, Gama e Riacho FundoPCDF/Divulgação
Gabriel Ribeiro, preso
Rafaela Felicciano/ Metrópoles
Gabriel Ribeiro, preso
Rafaela Felicciano/ Metrópoles
Gabriel Ribeiro, amigo de Pedro Krambeck, preso
Rafaela Felicciano/ Metrópoles
Gabriel Ribeiro, preso
Nathalia Cardim/ Metrópoles
Naja de brasilia
Amanda Bedaqui, advogada de Gabriel, afirma que vai pedir revogação da prisão de seu clienteRafaela Felicciano/Metrópoles
Pedro estudante de veterinária
O estudante de veterinária Pedro Henrique foi picado pela Naja e entrou em comaFoto: Reprodução
Gabriel Ribeiro, amigo de PedroRafaela Felicciano/Metrópoles
Naja
A Naja não é uma cobra típica do BrasilFoto: Reprodução
Naja de brasilia
Rafaela Felicciano/Metrópoles
Ela costuma viver em regiões da África e da ÁsiaMaterial Cedido ao Metrópoles
No Brasil, não há Najas, logo, o soro que combate o veneno desse tipo de serpente é raroMaterial Cedido ao Metrópoles
naja zoológico de Brasília
Zoológico de Brasília fez ensaio fotográfico com cobra que picou estudante Ivan Mattos/Zoológico de Brasília/Reprodução
naja zoológico de Brasília
A hipótese levantada pela Polícia Civil é de que ela seja fruto de tráfico de animaisIvan Mattos/Zoológico de Brasília/Reprodução
Naja no Zoo de Brasília
Tanto o veterinário quanto o amigo dele suspeito de ter escondido a serpente foram multados pelo IbamaIvan Mattos/ Zoológico de Brasília
naja zoológico de Brasília
A serpente não é natural de nenhum habitat brasileiroIvan Mattos/Zoológico de Brasília/Reprodução
naja zoológico de Brasília
A Naja ficará no zoo até que decidam se ela será transferida para outro zoológico ou para um centro de pesquisaIvan Mattos/Zoológico de Brasília/Reprodução
Naja no Zoo de Brasília
A Naja kaouthia está no Zoológico de BrasíliaIvan Mattos/ Zoológico de Brasília
naja zoológico de Brasília
O animal ganhou espaço próprio para sua espécie Ivan Mattos/Zoológico de Brasília/Reprodução
Naja no Zoo de Brasília
A suspeita da Polícia Civil é de que as serpentes tenham sido vítimas de tráfico de animal silvestreIvan Mattos/ Zoológico de Brasília
Operação Snake
Policiais e fiscais do Ibama cumpriram busca e apreensão na casa do estudante de veterinária PCDF/Divulgação
Operação Snake
PCDF apura o tráfico de animais PCDF/Divulgação
Operação Snake
Buscas foram feitas no Guará, Gama e Riacho FundoPCDF/Divulgação
As cobras apreendidas estão no Zoológico de Brasília. As consideradas exóticas ficarão no serpentário do local até que o Ibama decida o destino final delas. Uma das possibilidades é que os répteis sejam encaminhados ao Instituto Butantan, em São Paulo.