14/09/2020 às 08h09min - Atualizada em 14/09/2020 às 08h09min

Projeto premiará RAs Amigas da Criança

Planejada pelo Criança Feliz Brasiliense, ação tem o objetivo de adaptar as cidades para os primeiros anos de vida

Amarelinha no chão, bancos públicos no trajeto para escola, salas para amamentação e lazer aos fins de semana são algumas das propostas das administrações regionais do Distrito Federal para adaptar as cidades para melhor acolher as crianças.

O resultado preliminar da primeira fase foi divulgado esta semana. Jardim Botânico e Samambaia estão em primeiro lugar nas categorias Região de Pequeno Porte e Região de Grande Porte, respectivamente.

O projeto, com direito à certificação, foi idealizado pelo Criança Feliz Brasiliense – programa que tem o objetivo de estimular ações voltadas ao desenvolvimento saudável da primeira infância (de zero a seis anos). No próximo mês – em 6 de outubro – , a população vai conhecer, pelo site da Casa Civil , qual cidade ganhará o certificado de Região Administrativa Amiga da Criança, como reconhecimento por estar investindo na valorização da infância.

A secretária de Desenvolvimento Social e primeira-dama, Mayara Noronha Rocha, ressalta que o governo local vem trabalhando as políticas públicas infantis de forma integrada, reunindo várias áreas, como assistência social, saúde e educação. “O Criança Feliz Brasiliense veio para levar um atendimento integral às famílias mais vulneráveis da capital. É preciso mudar esse olhar, pensar em uma cidade adaptada para elas, estimulando o desenvolvimento”, reforça.

É preciso mudar o olhar, pensar em uma cidade adaptada para as crianças, estimulando o desenvolvimento.

Em primeiro lugar na categoria Região de Pequeno Porte, a Administração Regional do Jardim Botânico trabalhou com a comunidade a importância do aleitamento materno. Segundo o órgão, haverá um espaço adaptado – com poltrona e freezer, além de itens necessários para a coleta e o armazenamento correto do alimento – para as lactantes fazerem a doação do leite, além de orientações para elas. A administração ficará responsável por fazer a entrega do material coletado ao Banco de Leite e ao Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF).

“Acreditamos que a melhor maneira de fazer uma ideia dar certo não é apenas divulgando, mas criando condições para colocá-la em prática. Por isso vamos disponibilizar um espaço e todos os recursos necessários”, comenta o administrador Antônio de Pádua. “Assim, a doadora se sentirá acolhida e orientada para participar deste ato de amor”, completa.

Na administração de Samambaia não foi diferente. A RA está finalizando um ambiente para as mães e pais com seus filhos. Um fraldário com área para amamentação é uma das ações do órgão. “Queremos incentivar o aleitamento e, para isso, criamos um espaço para as servidoras amamentarem e doarem, mesmo após o retorno ao trabalho. Esse projeto nos despertou para a valorização da primeira infância”, completa o administrador Gustavo Aires.

Etapas
Na primeira fase, as administrações regionais enviaram proposta que visam promover, proteger e apoiar o desenvolvimento dos primeiros anos de vida. A comissão de avaliação, composta por várias secretarias e sociedade civil, selecionou três RAs de pequeno porte (Jardim Botânico, Candangolândia e Fercal) e quatro cidades de grande porte (Samambaia, Recanto das Emas, Plano Piloto e Guará).
Na segunda etapa, os representantes do comitê visitarão as regiões escolhidas para conferir se as ações foram colocadas em prática. Coordenadora do Criança Feliz Brasiliense, Fernanda Monteiro explica que a ideia é fazer com que os gestores públicos enxerguem as cidades com o olhar de uma criança, com equipamentos públicos adaptados, além de ações sociais e culturais.

“Fora do país, esse projeto tem dado muito certo. Estamos falando de praças adaptadas para a primeira infância, bancos públicos no trajeto para a escola, pinturas de brincadeira no chão, sala de apoio à amamentação em empresas locais, fechamento de vias públicas no final de semana para lazer infantil, implementação de ações comunitárias e culturais voltadas para as crianças”, diz Fernanda.
Esses são os critérios que a comissão de avaliação, formada por representantes do Criança Feliz Brasiliense, da Filiada Distrital da Sociedade Brasileira de Pediatria, do Conselho da Criança e Adolescente, da comunidade e da sociedade civil, observará. Também participam do comitê as secretarias de Assistência Social; das Cidades; da Criança; da Cultura e Economia Criativa; de Esporte e Lazer e de Governo.

 
Criança Feliz Brasiliense
O Criança Feliz Brasiliense foi instituído por decreto em maio deste ano, após dois anos aguardando a adesão do DF ao programa estabelecido pelo governo federal em 2016. O projeto é destinado a gestantes, crianças de até seis anos e suas famílias que recebem benefícios de complementação de renda, além daquelas afastadas do convívio familiar em razão de aplicação de medida protetiva prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

A principal ação são visitas domiciliares e a aproximação das famílias às políticas e serviços públicos.

Os visitadores passaram por capacitação para assumirem o papel de levar mecanismos e dinâmica para melhorar o vínculo entre pais e crianças, além de se atentar às vulnerabilidades dos pequenos.

Confira as ações de outras regiões classificadas:
Região de Pequeno Porte
Candangolândia:
-Entrega de cerca de 300 brinquedos em creches da cidade;
-Participação do público infantil das creches, escolas e do grupo escoteiro da região na comemoração de 63 anos da cidade;
-Inauguração da Vila Noel, com direito a Papai Noel entregando mais de 3 mil brinquedos e
-Pinturas lúdicas para crianças no trajeto para escolas e praças

Fercal:
-Revitalização dos parques infantis;
-Pinturas lúdicas no chão, como amarelinha, desenhos do alfabeto e
-Distribuição de livros para colorir com lápis de cor ou giz de cera.
Região de Grande Porte:

Recanto das Emas:
-Pinturas lúdicas nas proximidades das escolas classes;
-Encontros com crianças e
-Rua do Lazer, na Quadra 805, com brincadeiras, jogos e brinquedos infláveis.
Plano Piloto:
– Criação de um espaço na administração para acolher crianças enquanto os responsáveis estão em atendimento; e
-Implementação do programa Universidade da Criança, para capacitar adultos e torná-los agentes de transformação e difusores dos conhecimentos sobre o desenvolvimento infantil.
Guará:
-Implementação de sala de amamentação na administração e na creche Tia Joana;
-Pinturas lúdicas em frente ao estacionamento da creche; e
-Rua do Lazer.
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