A mãe do menino, logo depois do sepultamento, foi ao salão de beleza. Em janeiro, com pouco mais de três meses de relacionamento com Jairinho, começou a trabalhar como assessora do conselheiro Luiz Antônio Guaraná, com salário de R$ 12.177,04. Depois da morte do garoto, Monique foi exonerada.
“Ela trocou a vida que tinha numa casa em Bangu para viver num condomínio de luxo na Barra da Tijuca. Passou a ter um bom emprego [no Tribunal de Contas do Município]. Imagino que o que a gente tinha não era muito bom para ela. Monique queria muito mais. Eu dei carro, dei cartão de crédito, mas isso não foi suficiente”, assinalou Leonel.
Monique soube, no dia 12 de fevereiro, pela babá Thayna de Oliveira Ferreira, que o filho sofria agressões de Jairinho. “Ela teve várias oportunidades para me contar. Como é que foi dormir ao lado de alguém que matou o filho dela?”, questionou o pai do garotinho.
O caso começou a ser investigado como acidente doméstico, como sustentam Jairinho e Monique. Eles levaram o menino já morto para o hospital Barra D’or em 8 de março. Mas laudo de exame cadavérico constatou morte violenta por múltiplas lesões no corpo do menino.
O pai deixou Henry na casa da mãe no dia 7 de março, saudável e sem nenhuma marca de agressão. A polícia planeja encerrar o caso em 30 dias. O casal é suspeito de homicídio duplamente qualificado e tortura.
De acordo com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), Monique está presa no Instituto Penal Ismael Sirieiro, em Niterói, região metropolitana. Jairinho foi levado para o presídio Pedrolino Werling de Oliveira, no Complexo de Gericinó, em Bangu, zona oeste. Em razão da pandemia do coronavírus, os dois vão ficar em isolamento por 14 dias.