Em que pese o esforço de Davi Alcolumbre, senadores do Centrão e Flávio Bolsonaro contra a indicação de André Mendonça ao STF, assessores de Jair Bolsonaro têm dito que ele não abrirá mão de escolher um nome evangélico ao tribunal.
Ou seja, se o Senado inviabilizar mesmo a ida de Mendonça ao STF — a indicação tramita na Casa há três meses, tempo recorde —, Bolsonaro vem dizendo que selecionará outro evangélico.
Mesmo assim, o procurador-geral da República, Augusto Aras, tem dito que ouviu recentemente de Bolsonaro que ele lhe indicará ao Supremo caso a indicação de Mendonça fracasse. Auxiliares do presidente, contudo, rechaçam a versão do PGR.
“O que Davi Alcolumbre está fazendo não se faz”, diz Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) responsabilizou Davi Alcolumbre (DEM-AP), que preside a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, por segurar a indicação do advogado André Mendonça ao Supremo Tribunal Federal (STF).
O processo ainda não passou nem pela primeira etapa da tramitação, a sabatina na CCJ. Cabe a Alcolumbre marcar uma data, mas o senador, que foi presidente do Senado entre 2019 e 2020 e era aliado do governo federal, tem forte resistência ao nome e defende alternativas.
“Está indo para três meses que está lá no forno o nome do André Mendonça. Quem não está permitindo a sabatina é o Davi Alcolumbre. O Davi Alcolumbre é uma pessoa que eu ajudei por ocasião das eleições ainda na Câmara, depois ele pediu apoio para eleger o Rodrigo Pacheco, eu ajudei. Teve tudo que foi possível durante os dois anos comigo e, de repente, ele não quer o André Mendonça”, disse Bolsonaro, neste domingo (10/10), em entrevista à imprensa local.
“Quem pode não querer é o plenário do Senado, não é ele”, prosseguiu. “Ele pode votar contra. Agora, o que ele está fazendo não se faz, a indicação é minha. Se ele quer indicar alguém para o Supremo, ele pode indicar dois. Ele se candidata a presidente no ano que vem, no primeiro semestre de 23, tem duas vagas para o Supremo.”