20/10/2021 às 19h50min - Atualizada em 20/10/2021 às 19h50min

Em decisão unânime, STJ confirma afastamento do governador do Tocantins por seis meses

Mauro Carlesse (PSL) foi afastado em apuração sobre suposto pagamento de propina e obstrução de investigações. Defesa diz que só se manifestará após acessar conteúdo da decisão.

A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmou nesta quarta-feira (20) por unanimidade a decisão que afastou o governador do Tocantins, Mauro Carlesse (PSL), por seis meses.

A decisão individual foi tomada pelo ministro Mauro Campbell em apuração sobre suposto pagamento de propina e obstrução de investigações. “É uma medida drástica, mas reconheço que muito necessária”, afirmou o relator.

Procurada pelo g1, a defesa de Mauro Carlesse disse que só vai se manifestar após ter acesso ao teor da decisão.

Segundo a PF, as buscas desta quarta-feira fizeram parte de duas operações complementares, que investigam:

•             pagamento de propina relacionada ao plano de saúde dos servidores estaduais;
•             obstrução de investigações;
•             incorporação de recursos públicos desviados.

        Conforme apuração da TV Anhanguera, a investigação, que teve início há cerca de dois anos, estima que cerca de R$ 44 milhões tenham sido pagos a título de vantagens indevidas. Os valores podem ser maiores, já que a participação de outras empresas no esquema ainda é investigada.

          Pela manhã, a Polícia Federal fez buscas na casa de Carlesse e na sede do governo do Tocantins. Foram apreendidos dois veículos do governador, levados para a sede da PF em Palmas.

          Além do governador, também foram alvos de mandados de busca e apreensão secretários estaduais, entre os quais Cristiano Sampaio, da Secretaria de Segurança Pública do Tocantins, que também teve o afastamento do cargo determinado pelo STJ.
           
         PF investiga Carlesse por pagamento de vantagens indevidas ligadas ao plano de saúde
             Investigações
          As investigações que resultaram no afastamento de Calesse são resultado de duas operações da PF, denominadas Éris e Hygea.
             O foco da Éris é desarticular uma suposta organização criminosa, que atuaria na Secretaria de Segurança Pública obstruindo investigações e vazando informações aos investigados.
             A Hygea busca desmantelar um suposto esquema de pagamento de vantagens indevidas relacionadas ao Plansaúde, plano de saúde dos servidores estaduais.
            O que diz a PF
            Em nota, a PF informou que, segundo as investigações, "o governo estadual removeu indevidamente delegados responsáveis por inquéritos de combate à corrupção conforme as apurações avançavam e mencionavam expressamente membros da cúpula do estado".
[        "Há ainda fortes evidências da produção coordenada de documentos falsos para manutenção dos interesses da organização criminosa", diz a PF.


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